Cresce valorização de patrocínios em uniformes de árbitros na Libertadores

Especialistas analisam importância de ativação em camisas do corpo de arbitragem; marcas famosas estão dispostas a assinar os uniformes até da turma do VAR

  • Data: 21/03/2023 17:03
  • Alterado: 21/03/2023 17:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Cresce valorização de patrocínios em uniformes de árbitros na Libertadores

Crédito:Reprodução

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Não é novidade para ninguém que o trio de arbitragem é considerado o grande vilão das torcidas em qualquer jogo de futebol. Tanto o árbitro quanto os seus assistentes são alvos constantes de xingamentos e críticas, do primeiro ao último minuto de um confronto. O debate prossegue nas mesas-redondas. Ao mesmo tempo, as marcas encontraram uma alternativa que, no passado, não era muito explorada: o patrocínio nos uniformes desses profissionais.

Nesta semana, por exemplo, a TCL anunciou um patrocínio milionário para a Copa Libertadores da América, e além da aparição em placas nos campos e outdoors, o logo da empresa também estará estampado nas camisas dos árbitros do torneio.

“Após uma grande experiência com a marca na Copa América 2021, para a Conmebol é uma honra anunciar a parceria para o próximo ciclo da competição mais importante da região. Estamos muito felizes com o compromisso que a TCL tem mostrado e reafirmado com o futebol sul-americano”, disse Alejandro Domínguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Só no Campeonato Paulista, cinco empresas diferentes estampam seus logos nas camisas dos árbitros principais, dos assistentes e até mesmo nos auxiliares que ficam na sala do VAR. Na parte superior central das costas do uniforme, aparecem Quartzolit, Brasilit ou Placo, variando uma dessas de jogo a jogo, e também a FutFanatics. No peito, é a OdontoCompany, e nas mangas, a Poty A Kappa é quem fornece os materiais esportivos para a arbitragem do Estadual de São Paulo.

“Acreditamos que os árbitros estão em evidência constante e nos principais momentos de uma partida, ainda mais com o protagonismo do VAR. Existe uma visibilidade grande em torno disso”, analisa Fábio Wolff. Ele é sócio-diretor da Wolff Sports, empresa de marketing esportivo que intermediou os contratos da Poty e OdontoCompany com a Federação Paulista de Futebol (FPF). Wolff viu uma brecha e uma oportunidade e trabalhou para que o negócio fosse concretizado.

Outro crescimento significativo aconteceu no Campeonato Mineiro, com o contrato assinado entre a GIROAgro, considerada uma das cinco maiores empresas de agronegócio do Brasil na categoria de fertilizantes, segundo um ranking do Globo Rural em parceria com a Serasa Experian. Dessa lista, é a única empresa 100% nacional. A exposição da logomarca engloba o bolso da camisa do quarteto de arbitragem, além da aparição nos backdrops de entrevistas do gramado. Trata-se de um negócio casado com os organizadores do torneio de Minas.

“Enxergamos esse acordo como mais um passo para o nosso crescimento, além de estreitar relações com um campeonato tão tradicional e competitivo, que também são valores estabelecidos pela nossa empresa, e pertencer ao Estado onde desenvolvemos todo o nosso trabalho”, explica Leonardo Sodré, CEO da GiroAgro. No fim de semana, o Cruzeiro, de Ronaldo, foi eliminado pelo América, causando a demissão do treinador uruguaio Pezzolano.

Assim como aconteceu em São Paulo, quem intermediou o contrato com a Federação Mineira de Futebol foi uma empresa ligada ao marketing esportivo, a Heatmap. O CEO da empresa, Renê Salviano, entende que esse modelo de parceria tem um alcance que foge do próprio patrocínio estadual, e dá de ombros para a ‘revolta’ dos torcedores com a arbitragem..

“As empresas e federações entenderam que esse modelo de ativação é uma oportunidade enorme de visibilidade. No caso da GIROAgro, por exemplo, mesmo tendo um acordo específico nesta propriedade para o Campeonato Mineiro, a exposição pode acontecer também nacionalmente. Estamos falando da repercussão dessas imagens em programas pelo Brasil afora, sem contar a aparição em mídias sociais. Gosto sempre de reiterar que são profissionais, vários deles com histórias de lutas e suor para se formarem em suas profissões”, explica o executivo.

Apesar de os responsáveis não citarem valores por questões de confidencialidade, e também pelo fato de os contratos dos uniformes englobarem outras propriedades, como placas de publicidade e backdrops, estima-se que um contrato de exibição de marca varie entre R$ 300 mil e R$ 700 mil, dependendo da competição. Parte desse dinheiro vai para o bolso dos árbitros.

Considerado um dos principais Estaduais do futebol brasileiro, o Campeonato Carioca não possui marcas parceiras, mas tem a Penalty como fornecedora de material esportivo, com exposição do logo na parte frontal e costas nos uniformes dos árbitros. “Estamos com outros tipos de ativações no Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Copa do Nordeste. No Carioca, que é um dos Estaduais mais tradicionais do País, temos nossa marca em evidência no uniforme de arbitragem, além de produzirmos a bola oficial da competição”, aponta Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty”.

Uma demonstração de como as empresas têm olhado para esse mercado de arbitragem, que vai além dos patrocínios com uniformes, é o que fez a plataforma de apostas Esportes da Sorte Na última semana, por meio de parceria com as federações estaduais, a empresa vai financiar bolsas de estudo para as mulheres interessadas em se transformarem em futuras árbitras. A campanha terá o nome de ‘Cartão Verde’, que tem como objetivo reduzir as desigualdades de gênero no principal esporte do Brasil.

Por meio do financiamento do curso de arbitragem, a empresa do ramo de apostas visa aumentar a entrada e o poder das mulheres no esporte e destacá-las na posição de maior autoridade do campo de jogo. “Com o lançamento do projeto ‘Cartão Verde’, a empresa ajudará mulheres que sonham em conquistar um espaço dentro do futebol. Nosso objetivo é ajudar o maior número possível de candidatas. Sabemos que a evolução do esporte brasileiro passa pela redução da desigualdade de gênero e o fortalecimento da representatividade feminina na modalidade”, diz Ícaro Quinteiro, CMO do Esportes da Sorte.

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  • Data: 21/03/2023 05:03
  • Alterado:21/03/2023 17:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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