Crédito no Brasil cresce 1,2% em novembro
Inadimplência cai para 3,1% e juros atingem 28,6% ao ano
- Data: 27/12/2024 12:12
- Alterado: 27/12/2024 12:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Banco Central
Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil
Em novembro, o Banco Central do Brasil (BC) reportou que o estoque total das operações de crédito atingiu R$ 6,3 trilhões, evidenciando um crescimento de 1,2% em relação ao mês anterior. Este aumento foi impulsionado tanto pelo crédito destinado às empresas, que cresceu 1,4%, quanto pelo crédito às famílias, que teve um incremento de 1,0%. Assim, os saldos para as pessoas jurídicas e físicas foram de R$ 2,4 trilhões e R$ 3,9 trilhões, respectivamente.
Em uma análise anual, a evolução do crédito apresenta uma leve aceleração: houve uma alta de 10,7% nos 12 meses até novembro, superando a taxa de 10,6% registrada até outubro.
O relatório do BC também destacou que o crédito às empresas registrou um aumento de 9,3% em novembro em comparação aos 8,6% observados no mês anterior. Em contrapartida, o saldo disponível para as pessoas físicas desacelerou levemente, passando de 11,8% até outubro para 11,6% até novembro.
No segmento dos recursos direcionados — que seguem diretrizes estabelecidas pelo governo — o crescimento foi de 1,1% no mês e de 11,3% em um ano, totalizando R$ 2,7 trilhões em novembro. O crédito voltado para empresas dentro dessa categoria avançou 1,5%, alcançando R$ 880,4 bilhões. Já o estoque destinado às famílias foi de R$ 1,8 trilhão, com variações de 0,9% no mês e 12,4% em 12 meses.
O segmento de crédito com recursos livres também apresentou números positivos: o montante disponível para pessoas físicas chegou a R$ 2,1 trilhões, marcando um aumento de 1,1% em relação ao mês anterior e de 11% na comparação anual. Este resultado é atribuído a categorias como cartões de crédito à vista (crescimento de 2%), financiamento de veículos (alta de 1,5%) e crédito pessoal não consignado (incremento de 1,2%).
Por outro lado, o crédito livre para pessoas jurídicas cresceu 1,3% no mês e 9,3% ao longo do ano, somando R$ 1,5 trilhão. O desempenho positivo deste segmento foi impulsionado pelo aumento das carteiras de desconto de duplicatas e outros recebíveis (alta de 7,1%) e do capital de giro com prazos inferiores a um ano (crescimento de 6,6%).
No total geral do estoque de crédito livre em novembro foi registrado um montante de R$ 3,7 trilhões; isso representa um incremento mensal de 1,2% e uma alta anual de 10,3%.
Taxa de inadimplência
A taxa nacional de inadimplência apresentou uma leve queda em novembro. Com uma redução de 0,1 ponto percentual (p.p.), a inadimplência totalizou 3,1%, considerando atrasos superiores a noventa dias. Para o crédito direcionado às empresas e às famílias no Sistema Financeiro Nacional (SFN), as taxas permaneceram estáveis em torno de 2,3% e 3,7%, respectivamente. Ao longo dos últimos doze meses houve quedas na inadimplência: para empresas a diminuição foi de 0,5 p.p., enquanto para famílias foi uma redução de apenas 0,1 p.p.
Taxas de juros
O Banco Central também relatou que a taxa média dos juros das concessões alcançou em novembro a marca de 28,6% ao ano (a.a.), apresentando um aumento mensal de 0,5 p.p., mas com uma diminuição anual também de -0.5 p.p. Para as empresas especificamente essa taxa subiu para 19.4% a.a., refletindo um aumento mensal de apenas 0.4 p.p. Já nas operações voltadas às famílias a taxa média alcançou os alarmantes 33.0% a.a., com incremento mensal similar.
O spread bancário — diferença entre as taxas médias aplicadas nas operações e o custo médio da captação — atingiu em novembro os impressionantes 18.6 p.p., com aumento mensal significativo mas queda anual comparativa.
Crédito ampliado
Em relação ao saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro que atingiu R$18.2 trilhões em novembro; essa cifra reflete um crescimento mensal expressivo de 1.9%, sendo influenciada por aumentos nas captações externas (4.9%), empréstimos (1.1%) e títulos da dívida (1.2%). No panorama anual o crédito ampliado experimentou um crescimento robusto atingindo a marca impressionante de +14.9%. Em termos específicos:
- Empresas: O crédito ampliado às empresas somou R$6.5 trilhões com um crescimento mensal expressivo.
- Famílias: O crédito ampliado para as famílias chegou a R$4.2 trilhões com expansão notável tanto mensal quanto anual.