COP28: Ministra da Cultura lança Coalizão internacional para promover ação climática baseada na cultura
Brasil e Emirados Árabes Unidos irão co-presidir a primeira reunião do grupo na sexta-feira, 8/12, em Dubai
- Data: 06/12/2023 11:12
- Alterado: 06/12/2023 11:12
- Autor: Redação
- Fonte: MinC
Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil
Pensando em proporcionar a magia e o verdadeiro significado do Natal para A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, participa nesta sexta-feira, 8, da 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP28), que acontece em Dubai. Na agenda da cultura, haverá o lançamento do Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura (GFCBCA – sigla em inglês), co-presidido pelo Brasil e pelos Emirados Árabes Unidos. Na COP28, esse grupo formado por Estados Membros da ONU realizará, às 12h, a primeira reunião de Alto Nível do Diálogo Ministerial sobre Ação Climática baseada na Cultura, conduzida pela ministra Margareth Menezes e o ministro da Cultura e Juventude emirático, Xeique Salem bin Khalid Al Qassimi.
A ministra da Cultura participa, ainda, às 18h, do painel “Encontro da cultura com a luta climática: como engajar o público em soluções globais por meio de ações culturais”, ao lado de Danielle Magalhães, da UN Climate Change, e de Arianna Flores-Corral, da United Nations University, com mediação de Eduardo Carvalho, do ICS. Antes disso, haverá duas reuniões com a sociedade civil, às 15h30 e às 16h, com participação do Instituto Clima e Sociedade, Coordenação dos Povos Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e União de Mulheres Indígenas da Amazônia, (Umiab).
Ação Climática baseada na Cultura
Co-presidido pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Brasil, o Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura na COP28 (GFCBCA – sigla em inglês), será uma coalizão internacional de Estados Membros da Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de gerar impulso político para o reconhecimento da cultura como uma força única e poderosa no combate às mudanças climáticas. O grupo vai advogar pela ação climática baseada na cultura; desenvolver intervenções, soluções e ações multilaterais demonstrando os benefícios da integração da cultura na ação climática; e oferecer um espaço para todas as nações e comunidades, independentemente de sua origem ou localização, compartilharem conhecimento, experiência e melhores práticas.
Enquanto anfitriões da COP28 e da COP30, respectivamente, os Emirados Árabes Unidos e o Brasil veem a conclusão da primeira Revisão Global do mundo como uma oportunidade para enfatizar o valor que as soluções lideradas pela cultura podem oferecer ao desafio ambiental, proporcionando uma voz e um espaço inclusivos para discussões pró-clima, estimulando a mudança de comportamento para adaptação climática e utilizando conhecimentos tradicionais para projetar soluções práticas.
Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a cultura é parte da solução. “Embora nosso patrimônio cultural esteja sob ameaça das mudanças climáticas, é na cultura que também encontramos os recursos fundamentais para mitigar e adaptar-se a elas. Essa coalizão foi formada para garantir que a ação climática baseada na cultura funcione em conjunto com as reuniões da COP, assegurando que a cultura tenha um lugar legítimo na discussão”, definiu.
Segundo a ministra, o Brasil tem muito a contribuir sendo uma potência em biodiversidade, com muitos exemplos de como o conhecimento indígena e as tecnologias sociais podem fazer parte da solução. “Por outro lado, nosso país também enfrenta enormes desafios para mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas. Queremos que essa mensagem seja compreendida, elevando a consciência de todos e, mais importante, gerando ação para mudar a trajetória da humanidade. Ao trabalharmos juntos, primeiramente aqui em Dubai, mas nos próximos anos até a COP30 no Brasil, esperamos fortalecer o momento político para uma ação multilateral eficaz, coerente e coordenada”, completou
“Os Emirados Árabes Unidos estão na linha de frente das mudanças climáticas. Nossa experiência significa que entendemos que as mudanças climáticas apresentam, para todos nós, não apenas um desafio ambiental, financeiro e científico, mas também um desafio cultural. A realidade dura é que nossos locais de patrimônio, tradições e nossa paisagem correm o risco de se tornarem vítimas das mudanças climáticas, e com eles vai nossa conexão com nosso passado e nosso entendimento de nós mesmos”, afirmou o Ministro da Cultura e Juventude dos Emirados Árabes Unidos e Co-Presidente do GFCBCA, Xeique Salem bin Khalid Al Qassimi.
Lançamento do GFCBCA
Ministros (as) de todas as regiões do mundo são esperados para participar da reunião inaugural do Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura (GFCBCA) na COP28, refletindo o enorme valor que a co-criação e a cooperação podem trazer, especialmente através da troca de conhecimento Norte-Sul e Sul-Sul.
Ao estabelecer essa coalizão, os Emirados Árabes Unidos e o Brasil procuram liderar um movimento global em prol da ação climática baseada na cultura. Essa iniciativa visa integrar ativamente os valores culturais, práticas tradicionais e conhecimentos indígenas na estrutura das políticas climáticas, ampliando a compreensão sobre como a cultura desempenha um papel crucial na adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
Essa cooperação internacional enfatiza a necessidade urgente de reconhecer e preservar a diversidade cultural enquanto se enfrenta a crise climática. A troca de experiências e o compartilhamento de soluções baseadas na cultura têm o potencial de enriquecer as estratégias de resposta climática em todo o mundo, permitindo que comunidades de diferentes origens se unam para enfrentar desafios globais comuns.
Por meio da mobilização de nações e comunidades, o GFCBCA busca garantir que a cultura seja um componente essencial das políticas e ações climáticas, integrando abordagens inclusivas e holísticas para proteger tanto o patrimônio cultural quanto o planeta.