Consumo de cerveja no Brasil deve crescer em 2024
Outras bebidas alcoólicas também começam a se destacar no país
- Data: 08/11/2024 09:11
- Alterado: 08/11/2024 09:11
- Autor: Redação/AI
- Fonte: G1
Cerveja
Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil
Em um cenário de escassez na produção de cevada e lúpulo, o mercado cervejeiro brasileiro enfrenta desafios que prometem afetar os preços da bebida. Paralelamente, outras categorias de bebidas alcoólicas começam a ganhar espaço entre os consumidores.
Cerveja: Resiliência Frente à Alta de Preços
Apesar de uma retração de 1,1% no consumo em 2023, a previsão para 2024 é de um aumento de 0,8%, conforme dados do Euromonitor. Este crescimento se dá mesmo diante do aumento dos custos, impulsionado por fatores como a diminuição da área plantada de cevada e as adversidades climáticas que afetam a produção global. O Brasil, um dos maiores produtores mundiais de cevada, prevê uma redução significativa em sua produção para o próximo ano.
Rodrigo de Mattos, consultor da Euromonitor International, ressalta a resiliência da categoria. “A cerveja se mantém como uma constante no mercado brasileiro, mesmo em meio a pressões inflacionárias”, afirma. Segundo pesquisa da Brazil Panels e Agência Conexão Vasques, 61% dos brasileiros adultos consomem cerveja, com um terço desses consumidores ingerindo a bebida semanalmente.
Mudanças Climáticas e Estratégias Empresariais
O clima historicamente influente no consumo está mudando. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que o inverno de 2024 foi um dos mais quentes registrados desde 1961. Este fenômeno desafia as estratégias tradicionais das empresas cervejeiras que costumavam ajustar seus preços e produção conforme as estações.
Além disso, a queda na produção global de lúpulo, com redução significativa nos Estados Unidos, eleva os custos e contribui para o aumento dos preços da cerveja.
Outras Bebidas Alcoólicas Ganham Espaço
Enquanto a cerveja permanece dominante, outras bebidas começam a emergir no mercado brasileiro. Licores amargos registram o maior crescimento em consumo com projeção de alta de 5,6% este ano. Espumantes e vinhos rosês também apresentam crescimento notável.
Mattos observa uma mudança no perfil do consumidor de vinho no país, destacando uma preferência crescente por vinhos mais leves e espumantes adequados ao clima quente brasileiro.
Demografia e Tendências Futuras
A demografia também influencia o mercado alcoólico. Residências menores nos grandes centros urbanos reduzem o espaço disponível para armazenamento doméstico de bebidas. A geração Z, apesar da percepção de menor consumo por questões financeiras, começa a explorar novas categorias alcoólicas.
O comportamento dos millenials, atentos à saúde e com potencial impacto no consumo futuro, é um ponto crítico para as empresas do setor. A reestruturação demográfica do Brasil impõe novos desafios que devem ser considerados pelas companhias até 2030.
Essas tendências indicam não apenas uma transformação nas preferências do consumidor brasileiro, mas também uma necessidade crescente de adaptação das estratégias empresariais para enfrentar os desafios econômicos e sociais emergentes.