Concedi entrevista à Veja para me defender de fake news, diz Sergio Moro
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou em sua conta no Twitter que concedeu entrevista à revista Veja para se defender de "fake news" e para explicar sua saída do governo Bolsonaro
- Data: 01/05/2020 13:05
- Alterado: 01/05/2020 13:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Moro diz que concedeu entrevista à Veja para se defender de fake news
Crédito:Reprodução
Durante conversa de duas horas com o veículo, o ex-juiz da Lava Jato declarou que ‘a corrupção não é prioridade do governo Bolsonaro’. “Concedi entrevista à Revista Veja com a intenção exclusiva de me defender das fake news e ofensas e explicar minha saída do Governo, nem mais nem menos”, afirmou.
Na entrevista à publicação, divulgada nesta quinta-feira, 30, Moro listou diversos momentos em que, na sua opinião, o governo não priorizou o combate à corrupção, como a transferência do Coaf, a falta de articulação política em torno do projeto anticrime e, finalmente, a tentativa de interferência na Polícia Federal, sinalizando que a substituição de Maurício Valeixo no comando na PF era uma manobra de Bolsonaro para ter acesso a dados sigilosos de investigações. O ex-juiz disse que apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) as provas de sua acusação ‘no momento oportuno’.
Na noite dessa quinta, o ministro Celso de Mello cobrou a realização do depoimento de Moro em até cinco dias no inquérito que investiga o presidente por interferência no comando da PF e o ex-juiz por denunciação caluniosa. Moro classificou como ‘intimidatória’ a decisão da procuradoria-geral da República de incluí-lo como investigado.
“Entendi que a requisição de abertura desse inquérito que me aponta como possível responsável por calúnia e denunciação caluniosa foi intimidatória. Dito isso, quero afirmar que estou à disposição das autoridades”, afirmou Moro, à revista.
Em nota divulgada nesta sexta, 1º, o PGR Augusto Aras rebateu o ex-ministro, afirmando que apenas cumpre seu papel em ‘averiguar todos os fatos – e as versões que lhes dão os envolvidos – em busca da verdade real’.
“O procurador-geral da República, Augusto Aras, reitera que não aceita ser pautado ou manipulado ou intimidado por pessoas ou organizações de nenhuma espécie”, escreveu a PGR. “Ninguém está acima da Constituição!”.