Como revolucionar o tratamento de lixo eletrônico no Brasil

O planeta enfrenta um momento de imensas renovações sociais e ambientais. É cada vez mais discutido implantações de medidas de governanças sociais e em prol do meio ambiente. É discutido ações sustentáveis para amenizar os danos causados pelo ser humano na vida da terra. Um estudo feito pela agência dos Estados Unidos da América, Union + Webster, publicado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiesp), apresentou que em 2019, 87% dos brasileiros preferem adquirir produtos de empresas sustentáveis.

Em virtude dessa realidade, empresas surgem com finalidades de reverter os estragos ao meio ambiente, bem como proporcionar as pessoas e corporações alternativas de praticar sustentabilidade e reparo ambiental.

Thalita Braga, engenheira de materiais e manufatura, criou, em 2018, uma empresa com princípios da economia circular para a reciclagem de lixo eletrônico.

Braga comenta como surgiu a ideia de criar um negócio de caráter ambiental sustentável.

“Ao tentar descartar eletrônicos e lâmpadas da república que eu morava na época da graduação, eu não encontrei soluções acessíveis e nem incentivos ao descarte responsável desses materiais. Minha tia materna me levava para as atividades de férias no Sesc Piracicaba, onde eram desenvolvidas atividades e oficinas utilizando o lixo para criar brinquedos e artesanatos. O que me fez perceber muito cedo que descartamos uma quantidade enorme de resíduos com grande potencial de geração de valor,” conta.

A fundadora da StartUp reitera que o empreendedorismo tem um enorme impacto na sociedade. Logo é uma ferramenta de transformação da realidade em que vivemos.

Para ela, os eletrônicos se tratados de maneira inadequada são potencialmente tóxicos para o planeta. Portanto, é evidente o impacto socioambiental negativo gerado pelo descarte inadequado do e-lixo.

“Para revolucionar o tratamento de lixo eletrônico no Brasil é importante a presença de um sistema estruturado de logística reversa. Os eletrônicos possuem elementos e materiais potencialmente tóxicos em sua composição, como arsênio, chumbo, mercúrio e cádmio. Em suma, se tratados de maneira errônea, resultam em riscos de contaminação do meio ambiente e das pessoas que os manipulam. Por isso, todas as etapas da logística reversa desses resíduos devem considerar esses riscos e implementar formas de evitá-los,” conclui.