Mineiro radicado em São Paulo há mais de uma década, Yantó inicia os trabalhos para a estreia de seu próximo disco, “Sítio Arqueológico”, que chega em outubro. “Abre Alas”, primeiro single do álbum, foi produzida musicalmente pelo próprio artista em parceria com Tó Brandileone, do 5 a Seco, que também assina a mixagem.
A música foi composta em 2020, momento em que, devido à pandemia, Yantó morou durante um tempo em um sítio em Bambuí, sua cidade natal em Minas Gerais. Com versos de imagens fortes, a faixa é uma espécie de manifesto à mudança e reinvenção, em um caminho bastante condizente com a trajetória de um cantor que mudou inclusive de nome (até 2017, Yantó assinava como “Lineker”, seu nome de batismo).
“Eu vejo essa canção como um rio que vai abrindo seu caminho, desviando seu curso se for preciso, mas que segue sempre em frente. É sobre a coragem de se retirar, e a coragem de voltar. A coragem de começar de novo, sempre que preciso for. É sobre o que vem depois do furacão, depois do terremoto, depois do apocalipse. Juntar os cacos, sacudir a poeira e dar a volta por cima. É sobre reconhecer, ao mesmo tempo, nossas fraquezas, nossas forças e acolher as contradições”, destaca Yantó.
A produção de “Abre Alas” também caminha de mãos dadas com esse sentido de dualidade. Se o começo do som parece apontar para uma atmosfera mais eletrônica, com sintetizadores, vocoders e programações, logo no primeiro refrão um bandolim trata de evocar toda uma energia do mais tradicional dos sambas. Além dos sintetizadores, coros e programações criadas por Yantó, a gravação tem a participação do percussionista Leandro Vieira e do bandolinista Fábio Peron.
“Eu sinto que esse trabalho, assim como muita coisa do disco, faz esse movimento de reverência à tradição da música brasileira mais antiga ao mesmo tempo em que dialoga com produções mais contemporâneas do pop e experimental. Isso tem muito a ver com minha história, com minhas influências e com a forma como eu fui me tornando compositor e produtor“, ressalta.
O lançamento vem acompanhado de um lyric video, com cenas de Yantó de costas despidas e uma espécie de prótese esquelética que flutua rente à sua pele. As imagens têm direção criativa de Alma Negrot, que também assina capa do single, com fotografia de Gustavo Lemos.