Com alta dos alimentos, inflação de outubro atinge 0,86%
Com a alta do IPCA, maior resultado para outubro desde 2002, divulgado pelo IBGE, analistas voltaram a ajustar as estimativas para a inflação deste ano, para algo entre 3% e 3,5%
- Data: 06/11/2020 19:11
- Alterado: 06/11/2020 19:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo e Agência Brasil
Com alta nos alimentos
Crédito:Reprodução
Os alimentos encareceram novamente, ainda que em ritmo mais moderado, e as remarcações de preços ficaram mais difundidas, incluindo eletrodomésticos e serviços de salões de beleza, mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro.Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador oficial de inflação do País avançou 0,86% mês passado, ante 0,64% em setembro.
Foi a maior taxa para meses de outubro desde 2002, quando a perspectiva da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu primeiro mandato elevou as cotações do dólar.
O preço da cesta básica de alimentos subiu, em outubro, em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o levantamento, divulgado hoje (6), os maiores preços foram encontrados em São Paulo (R$ 595,87), Rio de Janeiro (R$ 592,25), Florianópolis (R$ 584,76) e Porto Alegre (R$ 581,39). Os menores, em Natal (R$ 436,76) e Aracaju (R$ 442,26).
As maiores altas em outubro ocorreram em Brasília (10%), São Paulo (5,77%), e Campo Grande (5,54%). Das 17 capitais pesquisadas, só houve registro de queda em duas: Salvador (-1,05%) e Curitiba (-0,6%). No acumulado do ano, de janeiro a outubro, as maiores elevações de preço ocorreram em Salvador (26,07%), Aracaju (25,65%), e João Pessoa (20,45%). As menores, em Brasília (3,5%), Vitória (10,74%), e Belém (13,06%).
Produtos
Em outubro, o valor do óleo de soja apresentou aumentou nas 17 capitais pesquisadas, com destaque para Brasília (47,82%), João Pessoa (21,45%), Campo Grande (20,75%) e Porto Alegre (20,22%). O preço médio do arroz agulhinha também registrou alta em todas as capitais, com variações entre 0,39%, em Aracaju, e 37,05%, em Brasília.
Em 16 das 17 capitais pesquisadas em outubro, o preço médio da carne bovina de primeira registrou alta: variou de 0,5%, em Curitiba, a 11,5%, em Brasília. Já o valor do tomate subiu em 13 capitais, variou de 1,48%, em Belém, a 47,52%, em Brasília. As quedas aconteceram em Salvador (-6,21%), Curitiba (-5,18%), Vitória (-1,36%) e Recife (-1,14%).
Com base na cesta mais cara, registrada em outubro em São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.005,91, o que corresponde a 4,79 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.045,00. O cálculo é feito levando em conta uma família de quatro pessoas