Classe C30 vive agonia e adrenalina com falta de vento na Semana de Vela de Ilhabela
Regatas desta terça-feira foram marcadas pelo desafio do vento fraco e pela aflição das tripulações paradas praticamente em cima da linha de chegada
- Data: 24/07/2024 15:07
- Alterado: 24/07/2024 15:07
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Largada da Classe C30
Crédito:Fred Hoffmann/SIVI 2024
Assim como o excesso de vento leva os velejadores a um grau elevado de adrenalina, a falta de vento também provoca fortes emoções e até agonia, como vivenciou, por exemplo, a tripulação do Tonka na primeira regata da Classe C30 desta terça-feira (23) na 51ª Semana Internacional de Vela Daycoval. Após quase duas horas em uma prova barla-sota de quatro pernas, o vento simplesmente sumiu no último popa quando o barco se encontrava a 20 ou 30 metros da linha de chegada, pronto para vencer.
A vela balão murchou completamente e a experiente tripulação do comandante Demian Pons, incluindo Robert Scheidt e Alex Kuhl, ficou rendida, refém da calmaria no centro da raia, enquanto os rivais que vinham pela direita, mais próximos à Ilhabela, aproveitavam uma leve brisa terral para se deslocarem vagarosamente. Para completar, o Tonka ainda foi punido pelos umpires (juízes embarcados em botes), pelos tripulantes terem “bombado” (impulsionar o barco com o corpo).
Apesar da aflição dos tripulantes, o Tonka teve um dia produtivo. Confirmou o segundo lugar na prova, sendo ultrapassado apenas pelo Relaxa Building e ainda venceu a regata seguinte, conforme constatou o responsável pelo mastro, Alex Kuhl. “Foi um dia bem complicado. Sofremos uma penalidade a apenas alguns metros da chegada e tivemos de pagar, mas foi um baita resultado porque chegamos a ficar em sexto. Largamos com o sul de oito, nove nós e chegamos sem vento”.
“Na segunda regata, trabalhamos super bem nas rajadas e nas rondadas de vento, o que nos permitiu abrir uma boa vantagem dos demais concorrentes. Apenas nós e o Loyalty conseguimos cruzar a linha de chegada entre os sete barcos. Os outros cinco estouraram o tempo conforme os métodos da organização, também devido à falta de vento. Vamos em frente porque está só começando e até sábado tem muito mais”, projetou com otimismo, o campeão mundial de Optimist, Alex Kuhl, conhecido como Alemãozinho, natural de Ilhabela.
O equilíbrio e a competitividade da Classe C30 ficam nítidos a cada competição. Em três regatas foram três vencedores diferentes: Loyalty, Relaxa Building e Tonka. Para o experiente timoneiro do Bravo, Alex Sandro de Carvalho, o Piu-Piu, chegou a hora da recuperação para o barco do Iate Clube de Santos.
“A partir desta quarta, a situação começa a se definir melhor. Nunca havia velejado em Ilhabela em condições tão adversas, sem saber onde e quando o vento vai entrar. Agora é começar a nos recuperarmos para buscar a zona de pódio”, afirmou Piu-Piu, responsável pelo leme do Bravo, terceiro colocado na segunda regata da Classe C30.
Classe C30 na SIVI 2024 após três regatas
1 – Loyalty – 20,5 pontos
2 – Tonka – 20,5
3 – Relaxa Building – 16
4 – Caiçara KAT Technologies – 14
5 – Bravo – 8
6 – Kaikias EMS – 5,5
7 – Kairós 3,5
Flotilha nacional da Classe C30
01 – Tonka – Demian Pons – Yacht Club Ilhabela (YCI)
02 – Kairós – Sophia Setti – MCP Yachts – Guarujá
03 – Kaikias EMS – Hilsdorf/Aurichio – Grêmio de Vela Ilhabela (GVI)
04 – Bravo – Jorge Berdasco – ICS
05 – Relaxa Building – Tomás Mangabeira – YCI
06 – Loyalty – Alex Leal – Veleiros do Sul/Iate C.R.Janeiro (VDS/ICRJ)
07 – Katana Portobello – C. Gomes Neto – Iate Clube S.Catarina (ICSC)
08 – Zeus Team – Inácio Vandresen – ICSC
09 – Caiçara KAT Technologies – M. Cesar – Pindá Iate Clube (PIC)