Cientista político analisa o que está em jogo na eleição à prefeitura de São Paulo

Disputa pela prefeitura de São Paulo, maior cidade do país, é um reflexo da polarização da política nacional

  • Data: 12/03/2024 14:03
  • Alterado: 12/03/2024 14:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria/Paulo Niccoli Ramirez
Cientista político analisa o que está em jogo na eleição à prefeitura de São Paulo

Paulo Niccoli Ramirez é professor de Sociologia a ESPM

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Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), estão tecnicamente empatados, de acordo com uma pesquisa da corrida eleitoral de 2024 divulgada pelo Datafolha. Boulos tem 30% e Nunes marca 29%, assim como a margem de erro é de três pontos percentuais para cima ou para baixo.

Para o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, professor de sociologia da ESPM, a eleição de São Paulo tem muita relação com a polarização que ocorre a nível Nacional entre o presidente Lula e o ex-presidente Bolsonaro, pois ambos os candidatos são apoiados pelos presidentes. “Os dois candidatos se fortaleceram sobretudo a partir desses apoios. Embora Boulos já tenha participado de outros pleitos, mas se consolidou ao lado de Lula. Já o atual prefeito Nunes, um desconhecido entre os próprios paulistanos que assumiu o posto com a morte de Bruno Covas. O pleito pode ser um reflexo da política nacional, com disputa forte entre um candidato progressista e outro apoiado pela direita”.

O especialista explica que a estratégia do PT hoje é neutralizar a figura de Bolsonaro em cidades estratégicas, como é o caso de São Paulo. Tanto que é a primeira vez desde a sua fundação que o PT não lança candidato na cidade de São Paulo. “O partido preferiu repatriar Marta Suplicy, antiga prefeita da cidade, que havia enveredado para o PMDB, com Lula a convencendo de que deveria retornar ao PT e ser candidata a vice na chapa de Boulos”, diz Ramirez, prosseguindo: “esse movimento para trás do PT, não lançando um candidato aqui em São Paulo e em outras cidades importantes, visa dar dois passos para frente num futuro próximo. Primeiro fazer com que o partido volte a fazer parte de prefeituras importantes e não com prefeitos, mas com vice-prefeito e, segundo, neutralizar o papel do Bolsonaro e os partidos que o apoiam”, conclui.

Ramirez aponta ainda que a candidatura de Tabata Amaral (PSB), terceira colocada nas pesquisas com 8% das intenções de votos, pode ser uma alternativa à polarização em torno de Boulos e Nunes. Há rumores de que a candidata teria sido sondada pelo presidente Lula para um ministério com o objetivo de tirá-la da disputa pela prefeitura. Assim como Tabata, o próprio petista desmente a informação. “Tabata é uma candidata de centro e tem como possibilidade de vice o jornalista José Luiz Datena, isso dá uma ideia de um outro tipo de perspectiva de atuação da candidata”.

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  • Data: 12/03/2024 02:03
  • Alterado:12/03/2024 14:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria/Paulo Niccoli Ramirez









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