Certificações de fornecedores combateriam casos de trabalho escravo no Brasil
Um recente caso de trabalho escravo chocou o Brasil no final do mês de fevereiro. Atendendo a uma denúncia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 206 pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão, em uma fazenda no munícipio de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Após o resgate, realizado na última terça-feira (28.02), […]
- Data: 23/03/2023 09:03
- Alterado: 23/03/2023 09:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Divulgação/ Dino
Um recente caso de trabalho escravo chocou o Brasil no final do mês de fevereiro. Atendendo a uma denúncia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 206 pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão, em uma fazenda no munícipio de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Após o resgate, realizado na última terça-feira (28.02), o Ministério do Trabalho e Emprego identificou que a empresa que praticava o crime fornecia uvas para as marcas Salton, Garibaldi e Aurora.
Além de serem obrigadas a permanecerem o tempo todo no local, as vítimas também recebiam comida estragada e torturas físicas, caso reclamassem das condições de trabalho. A repercussão nas redes sociais foi imediata, com consumidores revoltados e organizando um boicote aos produtos das empresas envolvidas.
O presidente da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), Synésio Batista, explica que o caso poderia ter sido evitado se as empresas realizassem auditorias sociais ou procedimentos de certificação, como a SMETA e Rainforest Alliance, que atestam que fornecedores realizam um trabalho ético e sustentável.
“As marcas alegaram que desconheciam essa situação da empresa terceirizada que contrataram, mas esta afirmação pode não alterar o quadro da situação”, explica Batista. “É obrigação de toda instituição conhecer seus fornecedores, pois eles também fazem parte da empresa”, completa.
O selo Rainforest Alliance é internacionalmente reconhecido, e traz garantia aos consumidores que os produtos que consomem são cultivados e colhidos obedecendo altos padrões sociais, econômicos e ambientais, possibilitando a conservação do ecossistema e da biodiversidade.
Já a Auditoria Ética Comercial SMETA foi criada pelos membros da Sedex (Supplier Ethical Data Exchange), uma organização que defende práticas comerciais éticas e socialmente responsáveis na cadeia de abastecimento global. “A Auditoria SMETA é aplicável a todos e não somente aos membros da Sedex. É uma avaliação essencial para que a empresa saiba que seus fornecedores obedecem a leis trabalhistas e prezam por saúde e segurança no trabalho”, acrescenta Synésio.
Para obter a certificação Rainforest Alliance e a Auditoria Social SMETA é necessário entrar em contato e solicitar orçamentos de organismos certificadores – como os associados da Abrac –, “pois essa é a garantia de que os serviços de qualidade e reconhecidos dentro e fora do Brasil”, conclui o presidente da Abrac.
Sobre a Abrac
Fundada em 2009, a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) reúne as empresas responsáveis pela avaliação da conformidade de produtos, sistemas e laboratórios de ensaio e calibração, acreditados pelo Inmetro e designados pela Anatel, que são oferecidos aos cidadãos, trabalhando em sua inspeção e certificação com o objetivo de informar e proteger o consumidor, em particular quanto à saúde, segurança e meio ambiente; propiciar a concorrência justa; estimular a melhoria contínua da qualidade; facilitar o comércio internacional; e fortalecer o mercado interno, atuando em conjunto com os órgãos reguladores das atividades em âmbito nacional.
Website: https://abrac-ac.org.br/