CEO do Cruzeiro chama invasores de ‘marginais’ e Zé Ricardo dispara: ‘Falência da sociedade’
Na ocasião, os torcedores do clube mineiro invadiram o gramado e foram confrontados pela própria torcida do Coritiba.
- Data: 12/11/2023 12:11
- Alterado: 12/11/2023 12:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução/Premiere
A vitória do Coritiba por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, neste sábado, na Vila Capanema, pela 34ª rodada do Brasileirão, acabou ficando em segundo plano por causa da confusão causada por torcedores de ambas as equipes logo após o gol de Robson, nos acréscimos da partida. Na ocasião, os torcedores do clube mineiro invadiram o gramado e foram confrontados pela própria torcida do Coritiba. A briga só cessou com a interferência do batalhão de choque da polícia.
A confusão, no entanto, gerou irritação por parte dos dois clubes. O CEO do Cruzeiro SAF, Gabriel Lima, disparou contra os torcedores que invadiram os gramados da Vila Capanema com intenção de agredir os jogadores do clube, que foram rapidamente para o vestiário. Ninguém ficou ferido.
“Viemos trazer o repúdio do Cruzeiro e nosso, pessoalmente. Até quando esses marginais, travestidos de torcedores, vão estragar o futebol brasileiro? A gente ser xingado, humilhado, ameaçado. As nossas famílias, dos jogadores… até quando vamos permitir isso? Só vai mudar quando forem punidos de verdade. Sabe o que vai acontecer? Você identifica, eles pagam uma cesta básica e vão embora. Enquanto tiver tolerância, o torcedor de verdade que quer apoiar, trazer a família, vaiar, se manifestar, não vem. Fica punido de vir. Estamos discutindo profissionalismo, melhorias, criação da Liga. Como gente séria trabalha com futebol assim? Não existe”, disse.
O técnico Zé Ricardo foi outro que criticou as ações dos torcedores. “A gente está acompanhando pouco a pouco a falência da sociedade brasileira. Temos algumas áreas do nosso Brasil notadamente, reconhecidamente muito pior do que qualquer outra coisa. Políticos corruptos, ladrões de material de hospital, escola. E a gente não vê essa indagação que vê no futebol. Parecia uma coisa meio que premeditada. Não pode falar que é campo A ou B. Tem que vir para o estádio com a sensação de segurança. (…) Não sei onde isso vai dar. Ou sei, só está amadurecendo para que isso ocorra. É falência aos poucos da sociedade brasileira, a gente não consegue controlar isso, ter sinais de que as coisas vão acontecer e não vai haver punição”, afirmou.
Cruzeiro e Coritiba devem ser denunciados pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e podem ser punidos ainda na atual edição do Brasileirão. O caso foi registrado em súmula pelo árbitro Braulio da Silva Machado.
“Ocorreu uma invasão generalizada por torcedores que estavam localizados no setor específico da torcida do Cruzeiro, que partiram em direção ao setor destinado aos torcedores da equipe mandante. Parte da torcida do Coritiba também invadiu o campo, gerando um confronto generalizado. Em decorrência da invasão e pensando em preservar a integridade física das pessoas credenciadas, orientamos aos mesmos que se dirigissem ao vestiário até que fosse restabelecida a segurança e a ordem”, relatou.
Braulio explicou ainda que resolveu retomar o jogo, mesmo com a confusão ocorrendo nos acréscimo, pois a polícia assegurou a segurança de todos os envolvidos.
“Os torcedores visitantes foram escoltados aos ônibus e conduzidos até a saída da cidade. Os torcedores da equipe local envolvidos, da mesma forma, foram conduzidos e escoltados até sua sede. Dito isso, o comandante nos pede mais cinco minutos para realização de varredura e vistoria nas imediações do campo de jogo, para posterior garantia de segurança. Passado o tempo solicitado, o comandante nos informa que a segurança estava totalmente reestabelecida, que não haviam danos nos alambrados, colocando ainda um ‘cordão de policiais em torno do gramado’, assim garantindo total segurança para reinício da partida. (…) Destaco que até o fechamento desta súmula não foi nos informado a identificação dos envolvidos no confronto”, disse.