Celso Amorim minimiza impacto da eleição de Trum nas relações com o Brasil
Embaixador destaca que só será possível formar opiniões concretas após ações da administração de Trump e reafirma a importância de respeitar os processos políticos de outros países
- Data: 15/11/2024 13:11
- Alterado: 15/11/2024 13:11
- Autor: Redação
- Fonte: Folha
Assessor internacional de Lula, Celso Amorim
Crédito:Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O embaixador Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adotou uma postura cautelosa em relação à escolha de integrantes da equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Em um pronunciamento realizado na sexta-feira (15), Amorim enfatizou a importância de aguardar as ações concretas da nova administração norte-americana antes de tecer qualquer análise sobre possíveis impactos nas relações bilaterais com o Brasil.
Durante sua participação em um debate no G20 Social, evento promovido pela presidência brasileira para fomentar o diálogo com a sociedade civil, Amorim destacou a necessidade de respeitar os processos políticos de outros países. “É preciso ver como as coisas se desenrolam. Alguém me perguntou sobre os nomes escolhidos. Não julgo pessoas, mas sim suas ações”, afirmou o embaixador.
Entre os indicados por Trump está o senador Marco Rubio, cotado para ocupar o cargo de secretário de Estado. Rubio é conhecido por suas críticas contundentes a regimes autoritários na América Latina e mantém uma postura rígida em relação a países como Irã e China. Ele também já expressou críticas ao presidente Lula devido ao diálogo mantido entre o governo brasileiro e o regime venezuelano de Nicolás Maduro.
Amorim ressaltou que apenas após observar as ações da nova administração será possível formular opiniões concretas. Ele lembrou que o presidente Joe Biden foi um parceiro importante do Brasil em várias questões, especialmente nas áreas sociais e de sustentabilidade, apesar dos desafios enfrentados no Congresso americano.
O embaixador demonstrou otimismo quanto à possibilidade de que a administração Trump busque interesses comuns que beneficiem ambos os países. Ele mencionou positivamente um encontro recente entre Elon Musk, um dos conselheiros próximos de Trump, e o embaixador do Irã para as Nações Unidas, destacando a importância do diálogo para promover a paz global.
A expectativa é que essa abordagem diplomática continue a ser um pilar central nas relações exteriores do Brasil sob a liderança do atual governo.