Caso Rachadinha: MPRJ denuncia Flávio Bolsonaro, Queiroz e mais 15
O senador Flávio Bolsonaro foi apontado como líder da organização criminosa e o seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, como o operador do esquema de corrupção
- Data: 04/11/2020 08:11
- Alterado: 04/11/2020 08:11
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC/Estadão Conteúdo
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Crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no escândalo da rachadinha, no âmbito do Caso Queiroz, no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, foram os motivos declarados pelo procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, motivasse a denúncia ao Tribunal de Justiça do Rio. A Promotoria ajuizou a denúncia no dia 19 de outubro e tornada pública pelo MP do Rio no início da madrugada desta quarta-feira.
Além de Flávio, foram denunciados o ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, e outros 15 ex-assessores.
Na denúncia apresentada à Justiça, o MP amarra uma série de informações que já haviam sido oferecidas ao longo da investigação. Tudo gira em torno de Flávio ter supostamente se apropriado do dinheiro público da remuneração de seus assessores que repassariam seus salários ao chefe por meio de Queiroz, o operador e, depois, praticado a lavagem desses recursos por meio da organização criminosa. Ao longo das apurações, a Promotoria revelou ainda uma série de indícios de que o senador e ex-deputado teria “lavado” dinheiro por meio de imóveis e de uma franquia da rede Kopenhagen onde a loja recebeu R$ 1,6 milhão em espécie e de “recursos ilícitos inseridos artificialmente no patrimônio da empresa”. As investigações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc).
A investigação do MP-RJ iniciou em julho de 2018, após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. No documento, foi apontado que oito assessores de Flávio faziam repasses para Queiroz e já estavam assinalados transferências e depósitos de Márcia Aguiar, Nathália e Evelyn Queiroz, mulher e filhas do subtenente.
Desde o início do ano surgiam rumores de que a denúncia estava prestes a ser apresentada, dado o nível de embasamento das provas que o MP elencou ao longo da investigação. No entanto, uma série de imbróglios judiciais, envolvendo principalmente o foro do senador, prorrogaram o andamento do caso.