Caso Adélio: Chefe da PF em Minas contradiz Bolsonaro

O superintendente da PF em Minas, afirmou que Bolsonaro, ao ser informado sobre as investigações do caso Adélio Bispo, não demonstrou insatisfação quanto ao aprofundamento das apurações

  • Data: 21/05/2020 11:05
  • Alterado: 21/05/2020 11:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Caso Adélio: Chefe da PF em Minas contradiz Bolsonaro

O delegado Cairo Costa disse que Bolsnaro não demosntrou insatisfação sobre o andamento das investigações do caso Adélio Bispo

Crédito:Reprodução

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O depoimento do delegado Cairo Costa Duarte, contradiz a fala de Bolsonaro, em pronunciamento, após o pedido de demissão do ex-ministro Sérgio Moro, em abril.

Bolsonaro reclamou  sobre suposta falta de aprofundamento das investigações relacionadas a Adélio, autor da facada contra o então presidenciável. O presidente acusou a PF de se preocupar mais “com Marielle do que com seu chefe supremo”. À época, no primeiro semestre do ano passado, um inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco já havia sido concluído e um outro, sobre supostos mandantes, estava sendo conduzido pela PF mineira.

Em depoimento, Duarte relatou que esteve duas vezes com Bolsonaro, uma delas recentemente e na presença do atual ministro da Justiça, André Mendonça, e o novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza. O primeiro encontro teria ocorrido no ano passado, com a presença de Moro e o então chefe da PF, Maurício Valeixo.

A reunião mais recente com o presidente ocorreu em meio à conclusão do segundo inquérito da PF, que relatou a ausência de mandantes no atentado conduzido por Adélio Bispo. De acordo com a investigação, o esfaqueador agiu sozinho. No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

O delegado responsável pelos dois inquéritos relacionados ao caso Adélio Bispo, Rodrigo Morais Fernandes, relatou em depoimento que Bolsonaro participou de reunião na última sexta no qual foi informado sobre a conclusão das investigações sobre o crime e não também teria se mostrado insatisfeito com as apurações.

O relatório assinado por Fernandes apontou que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho em um crime sem mandantes. A explanação teria sido feita nos moldes de outra, feita no ano passado, e serviria para Bolsonaro, na condição de vítima, saber sobre as conclusões das investigações.

Advogado

De acordo com o delegado Fernandes, o presidente foi informado, também, de empecilhos jurídicos que barraram a apuração de uma linha de investigação. Por ordem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), a PF não pode quebrar o sigilo do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio Bispo. A intenção da PF era descobrir quem pagou os honorários do escritório da defesa. O caso aguarda análise no STF.

“A despeito disso, várias outras linhas de investigação foram traçadas e exauridas, inclusive apurando notícias veiculadas na imprensa e redes sociais que pudessem contribuir na investigação”, esclareceu o delegado.

Fernandes também destacou que os advogados que defenderam Bolsonaro no processo contra Adélio sugeriram diligências, “tendo sido acatadas pela autoridade policial e realizadas”. No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

Fernandes afirmou ainda que teve plena liberdade para conduzir o cargo sem ter havido “ordem ou sugestão de linha investigativa” por parte de seu superior hierárquico.

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  • Data: 21/05/2020 11:05
  • Alterado:21/05/2020 11:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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