Carlos Bolsonaro chega à PF para depor um dia após ser alvo de operação
Polícia Federal mira 'núcleo político' no caso Abin em nova frente contra a família Bolsonaro
- Data: 30/01/2024 10:01
- Alterado: 30/01/2024 10:01
- Autor: Camila Zarur
- Fonte: Folhapress
Carlos Bolsonaro
Crédito:Câmara dos Vereadores RJ
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) depõe nesta terça-feira (30) à Polícia Federal. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de investigações que miram monitoramentos ilegais feitos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante a gestão do ex-mandatário.
O vereador se apresentou à sede da corporação no Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense. Ele chegou por volta das 10h, acompanhado de seu advogado, Antônio Carlos Fonseca.
Na segunda-feira (29), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Carlos uma casa, seu gabinete na Câmara Municipal e seu escritório político. Nessa ação, a corporação mirou pessoas que foram destinatárias das informações produzidas de forma ilegal pela agência de inteligência do governo federal.
Na decisão em que autorizou as buscas, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relata que o objetivo da PF foi “avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin”.
A ação desta segunda-feira é uma nova frente investigativa mirando a família Bolsonaro, que nos últimos anos esteve no centro de apurações envolvendo, por exemplo, a prática de “rachadinha” e a articulação de milícias digitais.
Carlos Bolsonaro, que foi o principal responsável pela estratégia de campanha online na eleição presidencial de 2018, já tinha sido incluído em inquérito sobre disseminação de fake news, ainda durante o mandato do pai.
A autorização para as buscas – que foram solicitadas pela PF e tiveram parecer parcialmente favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República) – tem como base uma mensagem de 2020 em que uma assessora de Carlos pede, por meio de uma auxiliar de Alexandre Ramagem, então chefe da Abin, que levante informações sobre investigações contra o então presidente da República e seus filhos.
Na mensagem, a assessora Luciana Almeida diz: “Bom diaaaa Tudo bem? Estou precisando muito de uma ajuda”. Depois, ela envia outro texto com referência a inquéritos. “Delegada PF. Dra. Isabella Muniz Ferreira – Delegacia da PF Inquéritos Especiais Inquéritos: 73.630 / 73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos).”