Brasil recebe vírus-semente para iniciar desenvolvimento de vacina contra monkeypox
Centro Tecnologia em Vacinas da UFMG recebe nesta segunda-feira (06) o Vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA) doado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA
- Data: 09/09/2022 14:09
- Alterado: 09/09/2022 14:09
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Brasil
Crédito:Raphaella Dias / UFMG
Duas alíquotas-semente do Vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA) foram entregues nesta segunda-feira (05/9) no Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O material biológico chegou Brasil na sexta-feira (02), no aeroporto de Confins, em Minas Gerais. A ação é apoiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) por meio da RedeVírus MCTI. Esse é um primeiro passo para que o Brasil possa iniciar a pesquisa para produção em território nacional de uma vacina antivariólica, que tem ação para monkeypox.
O CT Vacinas está em processo para ser transformado em um Centro Nacional de Tecnologias em Vacinas MCTI, decorrente de um acordo firmado em 2021 entre a pasta ministerial e a UFMG. A medida ampliará a capacidade brasileira no desenvolvimento de vacinas.
O material biológico foi doado pelo Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health – NHI), agência de pesquisa médica dos Estados Unidos, ao CT Vacinas da UFMG por meio de um Acordo de Transferência de Material Clínico (CMTA – Clinical Material Transfer Agreement).
As sementes do vírus vacinal, como são chamadas tecnicamente, serão utilizadas para a produção de lotes de vacina para a realização de testes pré-clínicos e clínicos no Brasil. As etapas fazem parte do processo de desenvolvimento de vacina. O material também é ponto de partida para o desenvolvimento nacional do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), que é a matéria-prima para a produção vacinas, contra a varíola símia (monkeypox). Os estudos clínicos que serão realizados no País também contribuirão para confirmar a eficácia do uso do MVA como vírus vacinal para seres humanos no contexto do surto de monkeypox.
O CTVacinas receberá o lote e trabalhará em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos). Cada alíquota contém 0,2ml do vírus ultrapuro que foi produzido em boas práticas de fabricação e de laboratório, ou seja, apto para servir de base para produção de material que possa ser inoculado em seres humanos.
Os pesquisadores especialistas em varíola e responsáveis pelas pesquisas das duas instituições integram a RedeVírus MCTI e utilizarão o material biológico para iniciar pesquisas para avaliar a utilização da vacina contra o vírus monkeypox. O trabalho conjunto envolve a definição de protocolos e processos.
A iniciativa é uma das ações definidas como prioritária pelos pesquisadores brasileiros que integram a CâmaraPOX MCTI. Constituída em maio deste ano, o grupo formado por oito pesquisadores brasileiros especialistas em varíola e outros poxvírus assessora o MCTI sobre o assunto em relação à pesquisa, desenvolvimento e inovação.
O apoio da RedeVírus MCTI, por meio do financiamento pretérito que fomenta a pesquisa na área de vírus emergentes e reemergentes desde 2020, permitiu estabelecer as condições para que os integrantes da CâmaraPOX pudessem requisitar o vírus, incorporação, negociações para a produção no Brasil.