Brasil quer colaboração com Uruguai para aprender sobre cassinos

O setor turístico brasileiro continua apostando em mudanças legislativas que impulsionem a economia. Por isso, a Embratur, secretaria responsável pelo turismo, busca uma aproximação com o Uruguai com o intuito de propor modelos de colaboração em cassinos.

Com a eminente legalização desses estabelecimentos, o país deve se preparar para uma nova indústria, que já conta com o apoio de grande parte dos deputados e senadores. Buscando avançar em questões regulatórias, o Brasil finalmente poderá entrar em breve no seleto grupo de nações da América Latina com cassinos. A liberação vai ajudar no crescimento do turismo nacional, já que novos empregos serão gerados, aumentar o número de turistas e, o mais importante, também será uma nova fonte de recursos.

Durante a confluência, as autoridades discutiram a agenda de turismo dos países para os próximos anos e, conforme apontado pelo ministério brasileiro, consideram que pode haver um incentivo na proposição de projetos em comum com o Uruguai e também a Argentina. O encontro teve como objetivo facilitar as relações turísticas e, além disso, planejar medidas para facilitar a entrada de investimentos estrangeiros.

Por sua vez, o Uruguai se concentra nas conquistas alcançadas na área de iGaming, a partir das políticas estabelecidas anteriormente. Quanto aos cassinos físicos, o primeiro passo para uma posição mais competitiva foi obter a aprovação parlamentar no projeto de lei do Poder Executivo para permitir a operação em navios de cruzeiro que chegassem a Punta del Este ou Montevidéu. As conquistas do jogo uruguaio ajudarão o Brasil a enfrentar os desafios futuros já que grande parte do público dos entusiastas no Uruguai são brasileiros buscando diversão no país vizinho.

Os brasileiros exercem uma influência tão grande nas casas de jogos uruguaias que grandes firmas de Punta del Este atualmente possuem escritórios exclusivos em São Paulo, de onde saem excursões regulares para cassinos turísticos. Isso significa que a indústria uruguaia perderia uma porcentagem significativa de sua audiência caso o Brasil decidisse instalar suas próprias casas de jogo legais. Esse é um dos motivos pelos quais o Uruguai também tem o interesse em participar da transição e até adquirir licenças para trazer suas cadeias de cassinos já existentes para terras brasileiras.

Na reunião, foram discutidos temas importantes para o futuro da região, como uma legislação única para os países do Mercosul, por exemplo. O evento reuniu representantes do setor turístico e do jogo e discutiu diferentes marcos regulatórios entre os países e a legalização dos cassinos no Brasil, que também seria um importante incentivo para a economia regional. Países com experiência na área, como os já mencionados Uruguai e Argentina, devem ser alguns dos parceiros mais próximos, principalmente no mercado de cruzeiros marítimos.

Política de boa vizinhança

Com a intenção de propor uma política de complemento e não de competição entre os vizinhos, ambos países sabem da importância em realizar um trabalho colaborativo com o governo brasileiro para neutralizar as consequências diretas desse mercado inovador. O novo cenário vai exigir muito esforço para não provocar uma quebra de atividade naqueles locais de fronteiras turísticas onde a participação do jogador estrangeiro é fundamental para a sustentação do negócio.

Considerando que atualmente a indústria do turismo foi uma das mais atingidas em todo o mundo, nenhuma oportunidade de incentivo deve ser esquecida pelos representantes. Dessa forma, a América Latina poderá finalmente unir forças para erguer suas economias frágeis, uma vez iniciadas as políticas de reativação.

A possível competição com o Brasil reforça a importância do desenvolvimento integral de políticas de proteção para a indústria do jogo no Uruguai. Da mesma forma, os uruguaios devem atuar conforme os avanços legislativos dos países vizinhos na área do jogo online, para manter sua atratividade local. O anúncio da legalização dos cassinos no Brasil obriga o Uruguai a ser inteligente para não deixar de ser competitivo, já que a maioria de suas casas de jogos ainda representa um atrativo para os turistas brasileiros que viajam em busca desses estabelecimentos que, por enquanto, não estão autorizados a funcionar em solo nacional.