“Brasil não suportaria mais quatro anos de populismo”, diz Luiz Felipe d’Avila na ACSP
Cientista político participou de videoconferência promovida pelo Conselho Político e Social (COPS) da entidade e analisou o novo quadro eleitoral com elegibilidade de Lula
- Data: 15/03/2021 20:03
- Alterado: 15/03/2021 20:03
- Autor: Redação
- Fonte: ACSP
Crédito:Reprodução
O Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu, nesta segunda-feira (15), uma reunião virtual com a participação do cientista político Luiz Felipe d’Avila. Na avaliação de d’Avila, os partidos que compõem o centro precisam se unir para que a polarização Lula e Bolsonaro seja quebrada nas próximas eleições presidenciais. “Temos que combinar os atributos de todos eles em torno de uma candidatura única”, disse.
Quatro nomes são capazes de unir o centro na direção de uma terceira via, de acordo com o cientista político: o ex-juiz Sérgio Moro, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e o apresentador Luciano Huck.
O cientista político disse que é preciso testar os nomes o mais rápido possível, no máximo até o início do segundo semestre deste ano. Assim haveria tempo para trabalhar as propostas e tornar o candidato conhecido. “Se não formos rápidos, Lula e Ciro Gomes irão pegar uma fatia do eleitorado de centro.”
Alfredo Cotait Neto, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp), disse que as entidades estão abertas para debater as propostas de d’Avila a respeito de uma candidatura única de centro e lembrou que a reforma tributária precisa estar entre as pautas prioritárias dessa coalizão.
Cotait lembrou também das dificuldades pelas quais passa o setor empresarial, que enfrenta restrições para atuar por causa da pandemia de coronavírus. “Muitas medidas para conter o vírus tinham de ser adotadas, mas algumas não têm fundamento e desorganizaram de forma brutal a economia”, afirmou o presidente da ACSP.
O senador Heráclito Fortes, que também é coordenador do COPS da entidade, chamou a atenção para a dificuldade de se alinhar a pauta dos partidos de centro no Congresso com a visão de nação debatida por d’Avila. “Vejo um grande problema na discussão da reforma política, por exemplo, porque no Congresso, o único interesse é buscar mais recursos para os partidos”, disse.
Eleições
Entre as apostas de d’Avila, os melhores posicionados são Moro, com 10% das intenções de voto, e Huck, com 6%.
Para impulsionar a candidatura de centro, o cientista político acredita que o nome escolhido terá de passar à população a imagem de honestidade, de gestor competente e ser sensível às questões sociais.
Entre as propostas dessa candidatura única de centro, mais alinhada aos anseios da população, estariam a melhoria dos serviços públicos, fim dos privilégios e melhoria da renda. “A narrativa tem de ser baseada nestes pilares”, afirmou d’Avila.
Segundo ele, o momento é positivo para a construção de uma alternativa a Bolsonaro e Lula. “Pela primeira vez percebemos a indignação da sociedade civil contra o populismo”, disse.
Para ele, o Brasil não suportaria mais quatro anos de populismo. “Isso vai esgarçar o funcionamento das instituições políticas. É preciso salvar o país de um segundo turno entre Bolsonaro e Lula.”