Nos despedimos de Edson e homenageamos Pelé

Da manhã da segunda-feira (02/01) até a tarde de terça (03/01) a emoção tomou conta de torcedores, fãs, autoridades, jornalistas e ex-jogadores que foram se despedir do Rei do Futebol

  • Data: 04/01/2023 14:01
  • Alterado: 04/01/2023 14:01
  • Autor: Gabriel de Jesus
  • Fonte: ABCdoABC
Nos despedimos de Edson e homenageamos Pelé

Crédito:Reprodução

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Foram dois dias de muita emoção. As mais difíceis 24 horas para quem é apaixonado por futebol. Desde a última segunda-feira (02/01) onde começou o velório do Rei Pelé, na Vila Belmiro, até o sepultamento no Memorial Necrópole Ecumênica, na última terça (03/01), inúmeros fãs, torcedores, jornalistas, ex-jogadores, dirigentes foram dar o último adeus à Edson Arantes do Nascimento.

De acordo com levantamento do Santos Futebol Clube, 230 mil pessoas passaram pela Vila Belmiro para se despedir do maior jogador de futebol de todos os tempos. Na madrugada da última terça o ex-jogador e comentarista Neto apareceu para também se despedir do ídolo e falou sobre a ausência de ex-jogadores do tetracampeonato e pentacampeonato. “O Pelé é ídolo do mundo. Só que o nosso país é sem cultura, sem educação. É um país que os pentacampeões não vieram, os tetracampeões não vieram (exceto Mauro Silva), o treinador da Seleção Brasileira não veio. Mas o mais importante é as pessoas virem. As pessoas tem que entender que o Edson Arantes era uma pessoa como todos nós, que comete equívocos, que erra…o Pelé, não!”, declarou o ex-jogador.

Mais cedo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi até Santos se despedir do ídolo do futebol. Por volta das 08h50 o helicóptero que levou o Chefe do Executivo desceu no Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista, que fica localizado a 500 metros da Vila Belmiro, para onde Lula se dirigiu antes de encerrar o velório e o corpo sair em cortejo pelas ruas da cidade em direção ao Memorial Necrópole Ecumênica, cemitério vertical onde Pelé foi sepultado.

Na segunda-feira foram até o velório as seguintes autoridades: o Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o prefeito de São Paulo; Ricardo Nunes; o prefeito da cidade de Santos, Rogério Santos, prefeito de Três Corações, cidade onde nasceu Pelé, Claudio Cosme Pereira de Souza, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, além de membros de delegações estrangeiras, como por exemplo, Gianni Infantino, presidente da CONMEBOL, Alejandro Dominguez, presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira.

No primeiro dia do velório estiveram presentes também o ex-presidente do Santos, Marcelo Teixeira, o atual presidente do clube, Andrés Rueda, o ex-jogador Elano. Do elenco atual, o técnico Odair Hellmann comentou sobre sua paixão pelo futebol por conta de Pelé. “A minha paixão pelo futebol vem através do meu pai, e ele me falou sobre Pelé. Não conheci pessoalmente, mas quis o destino que hoje, treinador do Santos, eu me viesse me despedir do maior de todos”

O jornalista esportivo Milton Neves foi à tarde para a Vila Belmiro para se despedir de seu amigo. “Pelé nunca morreu e nunca morrerá”, disse o apresentador da Rádio e TV Bandeirantes.

Manoel Maria, Clodoaldo, Lima, Sérginho Chulapa, o ex-goleiro do Santos, Aguinaldo, foram os ex-jogadores do Santos Futebol Clube que foram homenagear o amigo e ídolo.

“Sentimento de ter perdido um irmão. Uma convivência de 54 anos. Eu sinto bastante. Esses dias todinhos, quando o vejo dar entrevista, eu me emociono. Tenho de assimilar isso. Sei que vai passar. Ele sempre será eterno dentro do meu peito, o Edson. Pelé será eterno para o Mundo”, disse Manoel Maria.

O ex-goleiro Aguinaldo, que foi titular no jogo do milésimo gol do Rei do Futebol, em 1969 contra o Vasco no Maracanã, exaltou o ex-companheiro de Santos.

“Com o Pelé, a gente sempre entrava em campo ganhando. O futebol mudou depois que surgiu Pelé. O pessoal faz comparações, mas nao precisa. Pelé é Pelé. Não tem nem vai ter outro. Dei a volta com ele no ombro no Maracanã. Isso ficou marcado. Nunca vou esquecer”, disse.

Na madrugada de segunda para terça além do ex-jogador Neto, estiveram presentes também os ex-jogadores Marcelinho Carioca, Careca e Aranha, além de mais alguns atletas atuais do Santos, como Ângelo, Soteldo e João Paulo.

O cortejo

O cortejo acompanhado pela multidão de torcedores santistas aos gritos de “mil gols, mil gols, mil gols, só o Pelé jogou no meu Santos”, o caminhão do corpo de Edson Arantes do Nascimento saiu às 10h30 do Estádio Urbano Caldeira, na Vila Belmiro, seguiu o percurso pela Rua Tiradentes, posteriormente virou na Avenida Bernadino de Campos (canal dois), onde seguiu até a Avenida Presidente Wilson (praia até a Av. Ana Costa), continuando pela praia adentrou na Avenida Bartolomeu de Gusmão (praia da Av. Ana Costa até Av. Joaquim Montenegro, o canal seis). No percurso pela praia muitas pessoas, de diferentes nacionalidades, acompanhado ainda pelos torcedores se despediam do Rei com bandeiras, gritos e aplausos.

Mas a emoção quando o caminhão do Corpo de Bombeiros parou entre a Avenida Joaquim Montenegro com a Avenida Epitácio Pessoa, exatamente no canal 6, onde reside a dona Celeste, mãe de Pelé, não houve quem não se emocionasse.

No retorno foi feito o mesmo trajeto da ida, quando chegou no canal 2, prosseguiram pela Rua Joaquim Távora até o cemitério.

Sepultamento

Às 14 horas da última terça-feira, 03 de janeiro de 2023, o corpo de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, chegou ao Cemitério Necrópole Ecumênica, no bairro do Marapé, em Santos-SP, onde foi sepultado.

A despedida final ficou reservado aos familiares e amigos do Rei do Futebol. Posteriormente os jornalistas foram liberados à subirem até a faixada do Mausoléu onde estará para sempre o Edson, pois o Pelé jamais estará ali.

Emoção pessoal

Estive na Vila Belmiro para cobrir para o portal ABC do ABC, além do canal GOOOL DE PLACA e Web Rádio Prorrogação, desde a última segunda-feira às 08 horas da manhã. Estive próximo de um evento simbólico pela tristeza que o envolvia. Foi especial ver a importância e o significado que Pelé tinha para o país e para o futebol.

No primeiro dia foi mais difícil pelo forte calor que fazia em Santos, mas não impediu de colaborar com vídeos, áudios, sonoras e todos os tipos de reportagens para trazer na íntegra do primeiro ao último segundo de despedida.

Saberia que seria algo único. Pela paixão que todo brasileiro tem pelo futebol, homenagear aquele que despertou este fanatismo seria justo. O momento mais emocionante foi a despedida quando o corpo de Pelé ao cemitério Necrópole Ecumênica, em Santos-SP. Neste momento a ficha de todos que estavam ali começou a cair. Não apenas eu, mas percebi neste momento que outros jornalistas de vários países que estavam próximo também se emocionaram, sendo que todos estavam firmes até momentos antes do ocorrido.

É a sensação mais complexa. Perder um ídolo. Se despedir de maneira presencial de uma das celebridades e ídolos do país é emocionante e nos faz ter uma outra percepção de vida.

Reafirmo o que disse em vídeo que postei em minhas redes sociais: está sendo disputada neste período a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Que os jovens jogadores, treinadores, clubes, que estão participando possam se inspirar no Rei do Futebol.

Daqui me despeço agradecendo primeiramente ao Rei do Futebol por feito do Brasil o país do futebol, por ter trazido três títulos de Copa do Mundo para a nossa seleção, agradeço sobretudo por fazer milhões e milhões de brasileiros serem apaixonados por futebol. Descanse em paz, Majestade!

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