Braga Netto nega envolvimento em suposto plano de atentado contra Lula
Ex-ministro rebate acusações da Polícia Federal sobre participação em planos golpistas e conspirações contra autoridades brasileiras
- Data: 23/11/2024 14:11
- Alterado: 23/11/2024 15:11
- Autor: Redação
- Fonte: Estadão
Walter Braga Netto e Jair Bolsonaro
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
O general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro e figura central em recentes investigações da Polícia Federal, negou categoricamente qualquer envolvimento em conspirações para um golpe de Estado no Brasil. No último sábado, 23, Braga Netto refutou as acusações de que estaria envolvido em planos para assassinar altas autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A Polícia Federal havia indiciado o general, junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 35 indivíduos, sob suspeitas de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Segundo informações divulgadas pela PF, Braga Netto teria tido participação ativa na coordenação de operações secretas envolvendo militares das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”. Estas operações teriam como alvo as mencionadas autoridades em 2022. Documentos indicam que reuniões sobre tais ações teriam ocorrido na residência do próprio Braga Netto. Um dos planos discutidos, a chamada Operação “Copa 2022”, teria se concentrado no monitoramento do ministro Moraes em dezembro daquele ano. Outro plano, denominado “Punhal Verde Amarelo”, teria visado diretamente Lula e Alckmin.
Operação Contragolpe
Detalhes contidos no inquérito da Operação Contragolpe, iniciada em 19 de setembro, posicionam Braga Netto como figura central na articulação do suposto golpe. De acordo com a investigação, ele seria nomeado coordenador-geral de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” caso a ordem democrática fosse quebrada. Contudo, especulações sobre um possível golpe dentro do golpe, que implicariam a remoção de Bolsonaro para a tomada do poder por Braga Netto, foram vigorosamente rejeitadas pela defesa do general. Em comunicado divulgado nas redes sociais, os advogados classificaram tais teorias como absurdas e sem fundamento.
Os investigadores também apontaram conexões diretas entre as operações “Punhal Verde Amarelo” e “Copa 2022”, cujo objetivo principal seria o sequestro ou homicídio das autoridades mencionadas. Evidências destas conspirações vieram à tona após a análise do celular do tenente-coronel Mauro Cid, onde mensagens incriminatórias foram encontradas subsequentes à suposta interferência de Jair Bolsonaro em documentos relacionados ao golpe. Essas revelações fazem parte de uma ampla investigação que busca elucidar todos os pormenores deste alegado complô contra a democracia brasileira.