Bolsonaro vai à Flórida, reduto de brasileiros, depois de cúpula na Califórnia
Maioria dos brasileiros que moram no estado votaram no presidente em 2018
- Data: 03/06/2022 16:06
- Alterado: 03/06/2022 16:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Valter Campanato / Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai estender a viagem nos Estados Unidos depois da participação na Cúpula das Américas, onde encontrará o presidente americano, Joe Biden. De Los Angeles, Califórnia, Bolsonaro irá para Orlando, na Flórida, na outra costa do país, segundo fontes consultadas pela reportagem. A região central da Flórida concentra grande parte da comunidade brasileira que vive nos EUA – e onde a maioria dos brasileiros votou em Bolsonaro em 2018.
Ele vai inaugurar o vice-consulado de Orlando, um pleito antigo dos brasileiros da região, que são atualmente atendidos pelo consulado de Miami. Não é usual que presidentes participem da inauguração de consulados, segundo diplomatas consultados.
A passagem pela Flórida tem o intuito de produzir conteúdo para a campanha de Bolsonaro, mostrar apoio aos eleitores da região e agitar a base. Ele também deve se reunir com lideranças evangélicas.
Em março de 2020, quando esteve no Estado americano, o presidente passou dias cercado de eventos com apoiadores – alguns organizados por pastores evangélicos. Foi no palco de um evento em Miami que Bolsonaro disse ter provas – sem apresentá-las – de que a eleição de 2018 havia sido fraudada e também lá onde deu início à narrativa de que o coronavírus estava sendo superestimado.
Bolsonaro viaja para os EUA na próxima semana, para participar da Cúpula das Américas. Ele também terá uma reunião bilateral com o americano Joe Biden pela primeira vez. O encontro foi oferecido pela Casa Branca, durante processo de convencimento para que o presidente brasileiro participe da cúpula.
Desde que tomou posse, em 20 de janeiro de 2021, Biden evitou gestos de aproximação de Bolsonaro e nunca conversou nem sequer por telefone com o brasileiro, que foi o último líder do G-20 a parabenizá-lo pela vitória nas eleições presidenciais americanas.
Diante do risco de que a Cúpula das Américas fosse um fiasco, com a ausência anunciada do México, a Casa Branca fez os gestos de aproximação com Brasília.