Bolsonaro escolhe general Paulo Sérgio para comandar Exército
Ele substitui o general Edson Pujol, demitido com os comandantes da Aeronáutica e da Marinha
- Data: 31/03/2021 17:03
- Alterado: 31/03/2021 17:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Novos comandantes das Forças Armadas: Paulo Sérgio
Crédito:Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro escolheu o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira como novo comandante do Exército. Ele substitui o general Edson Pujol, demitido com os comandantes da Aeronáutica e da Marinha, que rejeitaram tentativas do presidente de politizar as Forças Armadas.
Ao escolher o general Paulo Sérgio no Exército, Bolsonaro quebra a tradição de escolher o oficial mais antigo para comandar a tropa.
Uma entrevista do general, que era responsável a área de saúde do Exército, foi apontada como uma das razões para Bolsonaro ter demitido o agora ex-ministro da Saúde Fernando Azevedo e Silva. Ao Correio Braziliense, o militar apontou a possibilidade de uma 3.ª onda da covid-19 no País nos próximos meses e defendeu lockdown, contrariando o que prega o presidente, crítico a medidas de isolamento social.
Dois generais ouvidos pela reportagem afirmaram ao Estadão que Bolsonaro defendeu uma punição ao oficial, mas Azevedo não concordou. O presidente, então, pediu a demissão do ministro.
Com a decisão, porém, Bolsonaro tenta apaziguar os ânimos e passar para a tropa que vai manter a continuidade. O general Paulo Sérgio é próximo de Azevedo.
Preterido na escolha, o general mais antigo na cúpula do Exército, general José Luiz Freitas, elogiou a escolha pelas redes sociais. “Escolhido o novo Comandante do Exército, Gen Paulo Sérgio, excepcional figura humana e profissional exemplar. Como não poderia deixar de ser, continuaremos unidos e coesos, trabalhando incansavelmente pelo Exército de Caxias e pelo Brasil!”, postou.
Marinha e Aeronáutica
Na Marinha, o escolhido por Bolsonaro foi o almirante Almir Garnier. Neste caso, o presidente também ignorou a tradição e optou pelo segundo da lista de antiguidade.
Na Aeronáutica, assumirá o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, que demonstra nas redes sociais ser afinado ao governo, compartilhando mensagens ligadas a grupos de direita. Ele era o primeiro no critério de antiguidade.
Mais cedo, antes das escolhas serem anunciadas, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu o respeito ao critério de antiguidade na escolha da nova cúpula militar.
“Eu julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princípio da antiguidade, até porque foi uma substituição que não era prevista. Quando é uma substituição prevista, é distinto. Então, se escolhe dentro da antiguidade e segue o baile”, afirmou o vice, que é general da reserva.
O presidente também havia sido aconselhado a seguir a lista para não criar atritos com generais mais experientes.
Isso porque os oficiais mais antigos passam à reserva se um militar mais “moderno”, com menos tempo de Exército, for alçado ao comando. A aposentadoria não é uma regra compulsória, mas costuma ter força de norma não escrita nos quartéis.
Os oficiais costumam pedir para deixar a ativa como forma de não serem comandados por um antigo subordinado, uma inversão na hierarquia.