Bicheiro Rogério de Andrade é transferido para presídio federal
A ordem foi emitida pela 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
- Data: 12/11/2024 09:11
- Alterado: 12/11/2024 09:11
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Reprodução
Rogério de Andrade, reconhecido como um dos mais influentes bicheiros do Rio de Janeiro e patrono da tradicional escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, foi transferido na manhã desta terça-feira (12) para o Presídio Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A ordem foi emitida pela 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
A transferência ocorre após a prisão de Rogério no final do mês anterior, em decorrência da Operação Último Ato, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato do rival Fernando Iggnácio, ocorrido em 2020.
Rogério deixou a Penitenciária Laércio Pellegrino (Bangu 1), localizada no Complexo de Bangu, sob forte escolta composta por quatro viaturas do Serviço de Operações Especiais da Secretaria de Administração Penitenciária. Ele foi transportado até a Base Aérea do Galeão, onde um avião da Polícia Federal estava à espera para realizar a transferência ao Centro-Oeste.
A confirmação da mudança para o presídio federal veio na última quarta-feira (6), quando o Tribunal de Justiça do Rio finalizou as negociações com a Secretaria Nacional de Políticas Penais. Rogério será mantido sob o Regime Disciplinar Diferenciado.
Na semana anterior, a 8ª Câmara Criminal do Tribunal negou dois habeas corpus apresentados por sua defesa. O primeiro visava revogar sua prisão preventiva, enquanto o segundo buscava suspender a decisão que determinou sua inclusão no RDD.
O histórico conflito entre Rogério e Fernando Iggnácio remonta à disputa pelo controle dos negócios ilegais herdados de Castor de Andrade, tio de Rogério e uma figura emblemática no jogo do bicho carioca. Após a morte de Castor em 1997, Iggnácio assumiu a liderança dos negócios até se desentender com Rogério no final dos anos 90, desencadeando uma violenta rivalidade que resultou em dezenas de mortes.
Apesar das acusações graves, a ação penal contra Rogério foi suspensa em fevereiro de 2022 pelo Supremo Tribunal Federal devido à insuficiência de provas. No entanto, novas investigações revelaram a participação ativa de outros envolvidos no crime contra Iggnácio.
Rogério também esteve envolvido na Operação Calígula em 2022, quando foi preso junto ao filho Gustavo. Essa operação expôs um complexo esquema criminoso que incluía exploração ilegal de jogos e uma série de crimes associados. Gustavo era apontado como seu braço direito dentro da organização.
A defesa da delegada Adriana Belém, implicada nas investigações, negou veementemente qualquer ligação dela com atividades criminosas e expressou confiança em sua absolvição nos processos ainda em andamento. Até o momento, não houve resposta pública por parte dos representantes legais dos demais envolvidos.