Bichectomia: entenda quais são os riscos do procedimento para ‘afinar’ o rosto

Especialista relaciona a cirurgia ao envelhecimento precoce do rosto e não recomenda o procedimento

  • Data: 14/11/2022 10:11
  • Alterado: 15/08/2023 19:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Bichectomia: entenda quais são os riscos do procedimento para ‘afinar’ o rosto

Imagem ilustrativa

Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil

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Nos últimos tempos, a bichectomia – retirada permanente da gordura na região da bochecha, a chamada bola de Bichat – tem tomado grande repercussão na internet. O procedimento cirúrgico estético-funcional é realizado com o objetivo de reduzir o tamanho das bochechas, proporcionando ao paciente um rosto mais fino. Várias pessoas, porém, relataram danos colaterais consequentes da cirurgia como o afundamento das bochechas, lesão de algumas estruturas, assimetria facial, além de flacidez com aspecto de pele caída. 

Os perigos do procedimento são evidenciados em perfis no instagram – como é o caso da página @vitimasdabichectomia –  e grupos de apoio no whatsapp, criados por vítimas, para apoiar outras pessoas que sofreram danos colaterais da bichectomia e alertar aquelas que ainda pensam em fazer o procedimento. 

Outros problemas incluem lesões do nervo facial, gerando paralisia, hemorragias e infecções. “A gordura é essencial para sustentação da face e, muitas vezes, não é nossa inimiga. Influenciadoras e a mídia trazem a bichectomia como uma operação com ótimos resultados, já que, no primeiro momento, o rosto realmente aparenta harmonia. Mas, a longo prazo, depois de cerca de dois anos, o procedimento pode minimizar drasticamente a gordura e sustentação do rosto, causando envelhecimento precoce, olheiras e flacidez”, explica o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Victor Cutait.

O especialista afirma que o resultado final a longo prazo tem altas chances de ser insatisfatório tanto fisicamente, já que deixa o rosto com aparência envelhecida e desigual, quanto emocionalmente, pois, o procedimento, que deveria aumentar a autoestima, tem efeito totalmente contrário e abala a autoconfiança dos pacientes.

Apesar da cirurgia ser relativamente simples e pouco invasiva, o especialista adverte que há uma certa banalização do procedimento, pois  é mais complexo do que os centros estéticos demonstram. “Essa região é ligada a uma área muito delicada da face, próxima a várias terminações do nervo facial, ducto parotídeo, por onde a saliva circula da glândula parótida para a boca, e dos principais vasos sanguíneos da face”, explica o médico.

Cirurgia da moda

O médico também aponta que, embora recentemente esteja em evidência, a cirurgia existe há cerca de 60 anos e, ao longo do tempo, tem picos de modismos. Ele complementa: “A bichectomia é solicitada eventualmente no meu consultório por pacientes que desejam um rosto menos redondo e, na maioria dos casos, eu não recomendo a operação, pois traz resultados negativos. Há também situações em que o rosto tem aparência mais alongada e arredondada em razão de outras causas e não da bochecha, como a hipertrofia do músculo masseter, sendo assim, a retirada da gordura da bochecha não resulta na aparência mais fina do rosto”, revela o profissional.

Conheça procedimentos seguros que, ao contrário da bichectomia, ajudam no rejuvenescimento facial

Blefaroplastia 

A cirurgia corrige o excesso de pele nas pálpebras, o que causa perda de firmeza ao longo dos anos. O acúmulo de pele ao redor dos olhos dá a sensação de cansaço e aparência envelhecida. “Nas mulheres e também nos homens, o excesso de pele traz o aspecto de olhar caído e cansado, o que influencia muito na autoestima e bem estar, já que, em situações mais extremas, chega a atrapalhar a visão”, explica o profissional.

O procedimento é simples e é realizado tanto em clínicas quanto em ambiente hospitalar. Além disso, pode ser feita na região superior ou inferior das pálpebras. “A blefaroplastia é feita sob anestesia local com ou sem sedação, podendo ser associada com outras cirurgias”, explica. 

Segundo o Dr. Victor, o procedimento possui recuperação rápida e praticamente indolor. 

Otoplastia

A otoplastia visa corrigir ou alterar a forma e tamanho das orelhas. O procedimento pode ser realizado a partir dos, cinco anos, obrigatoriamente sob sedação e em ambiente hospitalar. Para pacientes acima de 14 anos, a cirurgia poderá ser feita com anestesia local. “O período de recuperação também é curto e o resultado é visto logo nos primeiros dias”, explicou o médico. 

Rinoplastia 

O nariz é uma das partes de mais destaque no rosto, e justamente por isso, ganhou maior atenção no período de pandemia – quando as atenções estavam voltadas para a câmera frontal de celulares e computadores em reuniões online. 

O médico destaca que o procedimento na estrutura nasal é uma cirurgia muito delicada e que deve ser feita após estudo minucioso da anatomia do nariz e as necessidades do paciente. “Há diversos procedimentos que podem ser feitos em uma rinoplastia, como afinar as asas nasais, aumentar ou diminuir o comprimento do nariz, oferecer alinhamento à ponta, e também diminuir a giba óssea, mais conhecido como ‘osso’ do nariz”, explica. 

Ritidoplastia

O procedimento, também conhecido como “lifting facial”, é a cirurgia que reposiciona a pele e as estruturas profundas do rosto e pescoço. O procedimento tem o objetivo de esticar estruturas faciais como pele, gordura e músculos dando ao rosto uma aparência mais jovial. 

“Assim como se arruma uma cama, esticando todos os lençóis e depois cobrindo com a colcha, na ritidoplastia colocamos todas as estruturas nos seus devidos lugares, reposicionando  toda a pele”, explicou o médico.

O procedimento é indicado para as pessoas que notaram perda expressiva da elasticidade da pele. 

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  • Data: 14/11/2022 10:11
  • Alterado:15/08/2023 19:08
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  • Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica









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