Autoridades reforçam segurança de reserva indígena no Pará após denúncia de invasão

Garimpeiros chegaram em balsas com máquinas pesadas na quinta-feira, 14, fazendo com que os indígenas temessem conflitos armados

  • Data: 15/04/2022 20:04
  • Alterado: 15/04/2022 20:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Autoridades reforçam segurança de reserva indígena no Pará após denúncia de invasão

Crédito:Divulgação

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Autoridades federais reforçaram a segurança de território indígena Xipaya, a cerca de 400 quilômetros de Altamira, no sudoeste do Pará, após denúncia feita pelos moradores da reserva de que garimpeiros estão invadindo a região. Segundo os relatos, esses trabalhadores chegaram em balsas com máquinas pesadas na quinta-feira, 14, fazendo com que os indígenas temessem conflitos armados.

Em vídeo publicado no Instagram, Juma Xipaya afirmou que os garimpeiros chegaram fazendo ameaças aos guerreiros e líderes da comunidade. Temendo conflitos, a indígena pediu socorro às autoridades, pois os invasores fizeram ameaças à família da cacica, segunda relata. “Nesse exato momento eles estão destruindo nosso território. Quando meu pai (Francisco Xipaya) e meu irmão se aproximaram deles para saber o que estava acontecendo, eles os trataram com violência”, contou Juma, chorando.

No território Xipaya vivem cerca de 200 pessoas. Desde quinta, os moradores da reserva também têm pedido socorro a outros povos indígenas que vivem na região para tentar impedir a destruição do local. “Os outros guerreiros já estão descendo. A gente nunca tinha visto um maquinário desses por aqui’, comentou a cacica.

Segundo ela, a balsa usada pelos garimpeiros é de grande porte, com três andares e conta com reforço de voadeiras, jet skis e até equipamentos para extração de ouro. No vídeo, a cacica ainda lembrou que pediu ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai) que atua na região. Ainda conforme os povos tradicionais, os garimpeiros teriam se afastado da área da aldeia Karimãa, no território Xipaya, descendo pelo rio Iriri.

A Polícia Federal afirmou que a própria entidade, o Instituto Chico Mendes (ICMBio, ligado ao Ministério do Meio Ambiente), o Ibama, a Força Nacional e a Fundação Nacional do Índio (Funai) estão em ação para reprimir qualquer atentado aos direitos da comunidade indígena Xipaya e infrações a crime ambientais. Estes órgãos, diz a corporação, mantêm trabalhos ostensivos na região de Itaituba, Altamira, Novo Progresso e São Félix do Xingu, no Pará, no contexto da operação Guardiões do Bioma.

“Para evitar que haja confronto entre indígenas e garimpeiros, em razão dos possíveis crimes de extração ilegal de minérios na região da Reserva Extrativista do Iriri e possíveis crimes contra a comunidade indígena Xipaia, houve o reforço da segurança e da fiscalização no local”, informou a Policia Federal.

Também segundo a PF, a equipe da Força Nacional que faz segurança de uma fiscalização do ICMBio, na Reserva Extrativista do Iriri, que fica próxima à terra indígena Xipaia, já está no local.

“Em paralelo, outras equipes da Força Nacional e da Polícia Federal em Itaituba/PA estão em deslocamento, com apoio da Funai para a mesma região, de forma a reforçar a segurança e combater o garimpo ilegal na RESEX do Iriri e na Terra Indígena Xipaia”, garantiu a PF. Já o Ministério Público Federal afirmou acompanhar a situação e, ainda na quinta, acionou os órgãos de fiscalização e segurança para tomarem medidas necessárias.

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  • Data: 15/04/2022 08:04
  • Alterado:15/04/2022 20:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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