Atacado por aliados de Bolsonaro, inquérito das fakes news teve aval da AGU

Em manifestação encaminhada ao STF em setembro passado, a AGU defendeu a legalidade do inquérito que apura ameaças, ofensas e a disseminação de notícias falsas contra magistrados da Corte

  • Data: 27/05/2020 12:05
  • Alterado: 27/05/2020 12:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Atacado por aliados de Bolsonaro, inquérito das fakes news teve aval da AGU

A investigação do STF teve o aval da Advocacia-Geral da União (AGU)

Crédito:Reprodução

Você está em:

A Advocacia Geral da União, se posicionou contrária a um pedido da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) para suspender imediatamente as investigações.

Aliados do governo criticaram a operação desta quarta-feira, 27, que tem como alvo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, parlamentares questionam a legalidade do inquérito das fake news, aberto no ano passado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e chegou a ser contestado pela então procuradora-geral da República Raquel Dodge.

Na ação, a ANPR afirmava que o inquérito criado por Toffoli em 14 de março “não possui delimitações, sendo ilegalmente genérico e amplo”, tampouco aponta quem são os investigados, ocorrendo à revelia do Ministério Público Federal.

“Esse não é aquele inquérito que a PGR Raquel Dodge pediu para arquivar mas o Min. STF Alexandre de Moraes não permitiu e deu continuidade? Achei que não existisse processo judicialiforme no Brasil… Não é o MP/PGR titular da ação penal?”, questionou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em postagem no Twitter.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi na mesma linha. “Toda pessoa que respeite a lei tem a OBRIGAÇÃO DE REPUDIAR essas buscas no âmbito de um inquérito ILEGAL E INCONSTITUCIONAL, sem fato determinado e já arquivado pela PGR. Se você aplaude a ação ilegal contra seu adversário, não adianta reclamar quando ela se voltar contra você”, publicou ela.

Entre os alvos da operação desta quarta-feira estão o blogueiro Allan dos Santos, do site bolsonarista Terça Livre, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL) e o empresário Luciano Hang, este último suspeito de financiar ataques nas redes.

Apesar da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge se posicionar pelo arquivamento do inquérito, o seu sucessor no cargo, Augusto Aras, também defendeu a continuidade das investigações. Segundo ele, ao determinar a abertura da apuração o STF “exerceu regularmente as atribuições que lhe foram concedidas” pelo Regimento Interno da Corte. Aras defendeu, no entanto, a participação do MPF em todas as fases da investigação – o que vem sendo negado pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

Foi no âmbito desse inquérito que Moraes censurou reportagens publicadas na revista digital Crusoé e no site O Antagonista. O ministro, no entanto, acabou derrubando a própria decisão ao receber informações de que as reportagens eram fundamentadas em um documento que “realmente existe”.

Compartilhar:

  • Data: 27/05/2020 12:05
  • Alterado:27/05/2020 12:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados