Áreas beneficiadas pela crise esperam manter alta demanda
Na avaliação das empresas, brasileiro vai manter novos hábitos de consumo mesmo com o fim do isolamento social
- Data: 04/04/2020 15:04
- Alterado: 04/04/2020 15:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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O susto provocado pelo coronavírus fez o comportamento do consumidor brasileiro mudar. Com o isolamento social, a preocupação com higiene pessoal e da casa fez explodir a busca por produtos de limpeza e o uso de redes de internet, para garantir a comunicação mesmo a distância. Empresas que conseguiram se beneficiar neste movimento esperam manter a demanda em alta mesmo após a pandemia.
Para Cesar Augusto Centrone Nicolau, diretor de marketing do grupo de limpeza e higiene Ypê, ainda é cedo para falar em mudanças definitivas nos hábitos do consumidor. “Mas vejo mudanças de comportamento que podem continuar mais para frente. As pessoas devem aumentar o consumo de produtos de limpeza e higiene, uma vez que se viram despreparadas nesta crise.”
A Ypê teve de fazer readequação em suas linhas de produção por conta do coronavírus. A empresa observou maior demanda por desinfetantes, sabão e sabonetes nas redes de atacado e varejo. “Já tínhamos estoque desses produtos e não tivemos problemas logísticos”, afirma o executivo.
Isoladas em casa, as pessoas também passaram a consumir mais rede de dados Wi-Fi. “Estamos experimentando o extremo do isolamento social. O consumo de internet de rede fixa aumentou e deve continuar”, diz Marcio Fabbris, vice-presidente da Telefônica Vivo. “Não é só para serviço de streaming (que as pessoas vão usar mais a banda larga). O home office veio para ficar.”
ALIMENTOS
Alguns produtos alimentícios também registraram alta de demanda nos supermercados. Segundo Lorival Luz, presidente da BRF, uma das maiores companhias de alimentos do Brasil, os consumidores compraram mais embutidos, carnes e produtos pré-preparados.
No entanto, não dá para dizer que as vendas do grupo cresceram como um todo porque as compras do “food service” – alimentação fora de casa – caíram muito, segundo o executivo. Os fatiados, por exemplo, sofreram duplamente, pois são muito usados não só por lanchonetes, mas também em lanches para levar à escola. O confinamento, portanto, prejudicou a venda desses produtos.