Aquecimento Global: Oceanos Retêm Calor e Impactos Climáticos Aumentam
Oceanos retêm energia térmica recorde, desafiando metas climáticas. Entenda os impactos e a urgência da ação!
- Data: 10/01/2025 22:01
- Alterado: 10/01/2025 22:01
- Autor: redação
- Fonte: Uol
Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil
O aquecimento global tem se manifestado de forma alarmante, com temperaturas incomuns tanto na superfície terrestre quanto nos oceanos, levando a um aumento significativo do calor oceânico. Um estudo recente, publicado na revista “Advances in Atmospheric Sciences”, destaca que os primeiros 2.000 metros dos oceanos estão retendo mais energia térmica do que em qualquer outro momento da história, resultando em um aumento de 16 zettajoules entre 2023 e 2024. Este valor é equivalente a 140 vezes a eletricidade gerada globalmente em 2023.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que as conclusões do relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) reforçam a realidade do aquecimento global. Apesar de o limite de 1,5°C ter sido ultrapassado, Guterres ressaltou que isso não implica no fracasso das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, também expressou preocupação com a gravidade da situação atual. Ela advertiu que cada fração de grau de aquecimento acentua os impactos climáticos, afirmando que “o histórico climático está sendo escrito diante de nossos olhos”. Saulo destacou que a sequência de anos recordes é acompanhada por eventos climáticos extremos, elevação do nível do mar e derretimento das geleiras, todos impulsionados por concentrações sem precedentes de gases de efeito estufa.
Atualmente, o aquecimento global é estimado em aproximadamente 1,3°C acima dos níveis pré-industriais. Especialistas internacionais apontam que fenômenos como o El Niño têm contribuído para picos temporários nas temperaturas registradas em 2024. A interação desses fenômenos com as tendências climáticas de longo prazo ressalta a necessidade urgente de uma vigilância meticulosa e de ações climáticas coordenadas.
A OMM adota um método robusto para avaliar as temperaturas globais, utilizando dados coletados por diversas instituições renomadas, como a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o Instituto Goddard da NASA, o HadCRUT da Universidade East Anglia no Reino Unido e Berkeley Earth, além de reanálises realizadas pelo observatório europeu Copernicus e pela Agência Meteorológica do Japão. Essa abordagem abrangente possibilita análises precisas em nível global, incluindo áreas com escassez de dados como os polos.
No entanto, o comunicado da OMM enfatiza que existe uma margem de incerteza associada a todas as avaliações de temperatura. Embora seis conjuntos de dados indiquem que 2024 será o ano mais quente já registrado, nem todos refletem uma anomalia de temperatura superior a 1,5 °C devido às variações metodológicas entre eles.