Após aglomerações, especialista diz que mortes devem crescer na 2ª quinzena de janeiro

Epidemiologista Pedro Hallal explica que, ao participar desses eventos, as pessoas ficam mais expostas ao contágio, o que acelera a transmissão do vírus

  • Data: 05/01/2021 19:01
  • Alterado: 05/01/2021 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Após aglomerações, especialista diz que mortes devem crescer na 2ª quinzena de janeiro

As aglomerações vistas pelo Brasil durante as festas de fim de ano poderão ter efeitos sobre os números da covid-19 ainda durante o mês de janeiro

Crédito:Reprodução

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As aglomerações vistas pelo Brasil durante as festas de fim de ano poderão ter efeitos sobre os números da covid-19 ainda durante o mês de janeiro. O País tem mais de 196 mil óbitos pela doença desde o início da pandemia.

Cientistas explicam que, ao participar desses eventos, as pessoas ficam mais expostas ao contágio, o que acelera a transmissão do vírus. “Após episódios como estes vistos no réveillon, o número de casos sobe na primeira semana, o de hospitalizações aumenta na segunda e o de mortes, na terceira”, diz o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). “É o comportamento que tem se observado desde o início da pandemia. Não vai mudar agora.”

O pesquisador alerta, ainda, que, sem medidas de segurança, os casos de covid-19 podem explodir no País. “Um cenário é que a aglomerações fiquem concentradas no réveillon. Agora, pior é se elas continuarem durante o verão, porque cria um efeito acumulativo, de progressão geométrica, que leva à disseminação completamente descontrolada.”

Responsável por pesquisas que monitoram o coronavírus, Hallal avalia que, hoje, os jovens têm sido os principais vetores da doença. “Há uma série de evidências do aumento do vírus no grupo entre 15 a 30 anos”, afirma. “É preciso dizer que os jovens têm desrespeitado o pacto coletivo de segurança.”

Sem imunizante no País ou tratamento com eficácia cientificamente comprovada, a principal estratégia contra a transmissão do vírus seria o isolamento social. “Mas a realidade é que hoje, com uma curva tão longa e sem o auxílio emergencial, a simples ideia do ‘fica em casa’ é inócua”, diz Hallal. “É preciso evitar aglomeração, usar máscara e pressionar o seu governo por vacina.”

Uma força-tarefa do Estado e da Prefeitura de São Paulo interditou 11 estabelecimentos e flagrou cerca de 6,7 mil pessoas em festas clandestinas ou bares funcionando irregularmente durante os feriados de Natal e réveillon, conforme divulgado nesta segunda-feira. A operação foi organizada para fiscalizar as medidas adotadas pelo governo e evitar aglomerações neste fim de ano.

O País vive a expectativa de ver divulgada uma data concreta para o início da campanha de vacinação. Enquanto o governo de São Paulo fala em 25 de janeiro e o governo federal também diz atuar para iniciar a imunização nesse período, as vacinas mais cotadas para serem aplicadas em território brasileiro ainda não obtiveram autorização formal da Anvisa. O dado de eficácia da Coronavac ainda não é conhecido e a importação da vacina da AstraZeneca/Oxford agora está envolta em um nó com a Índia.

Nesta segunda-feira, 4, a média móvel de mortes por covid-19 ficou em 707 vítimas. Segundo o consórcio de veículos de imprensa, foram registrados 562 novos óbitos em 24 horas e 22.489 casos. No total, o Brasil tem 196.591 mortes registradas e 7.754.560 pessoas contaminadas, segundo o balanço mais recente.

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