Ao lado de Lula, ministra da Cultura participa da abertura da 36ª Feira do Livro de Bogotá

Também nesta quarta (17), eles marcaram presença na inauguração do Pavilhão do Brasil; país é o homenageado nesta edição

  • Data: 18/04/2024 09:04
  • Alterado: 18/04/2024 09:04
  • Autor: Redação
  • Fonte: MinC
Ao lado de Lula, ministra da Cultura participa da abertura da 36ª Feira do Livro de Bogotá

Crédito:Ricardo Stuckert / PR

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Nesta quarta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama, Janja da Silva, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, participaram da abertura oficial da 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo 2024), da qual o Brasil é o país convidado de honra pela terceira vez – as anteriores foram nas edições de 1995 e 2012. O ato também contou com a presença do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, da primeira-dama, Verónica Alcocer, e do ministro das Culturas, da Artes e dos Saberes, Juan David Correa. 

Em seu discurso, o presidente Lula falou da importância da leitura e dos livros. “A literatura é um direito humano porque é um bem indispensável à nossa humanização. Ler é ser livre, mesmo quando fisicamente tentam nos isolar e prender, pois a luta por um país mais justo, uma vida digna e uma América Latina unida persiste, apesar daqueles que buscam ofuscar o progresso da nossa região. Precisamos de mais livros e menos armas. De mais conhecimento, educação, ciência e inovação”. E finalizou: “Eu queria dizer a todos os escritores que estão aqui que, no Brasil, nós tomamos uma decisão muito importante. Todo conjunto habitacional feito no país a partir de agora terá uma biblioteca para que as pessoas não deixem de ler”, disse, referindo-se às habitações populares do Minha Casa Minha Vida. 

O presidente colombiano, Gustavo Petro, salientou a força das palavras e dos livros, lembrando que no passado obras já foram queimadas, mas que “a palavra escrita e a falada seguem crescendo como jardins”. 

“Nesse momento em que a humanidade precisa resgatar a conexão com a sua própria história, a potência de feiras do livro como essa, as bibliotecas, a leitura e a escrita têm que ser tratadas como um verdadeiro tesouro para a humanidade. A presença do Brasil na 36ª da Feira do Livro de Bogotá reforça o nosso compromisso em estreitar as nossas relações internacionais a partir da leitura, do livro e da biblioteca”, afirmou a ministra Margareth Menezes. 

A delegação brasileira na feira deste ano inclui 29 autores. Em retribuição, a Colômbia será o país homenageado na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em setembro. 

Entre os escritores, escritoras e quadrinistas estão nomes como Ailton Krenak, Amílcar Bettega, Auritha Tabajara, Bernardo Carvalho, Daiara Tukano, Daniel Munduruku, João Carrascoza, Marcelino Freire, Marcello Quintanilha, Raphael Montes e a autora convidada da programação literária, Ángela Cuartas. A curadoria é da poetisa Stephanie Borges.

Integrante da comitiva, a romancista baiana Luciany Aparecida, ressaltou o valor da leitura. “Creio que a leitura literária pode nos educar para que nos vejamos melhor e aos nossos ao redor. Esse é o nosso antigo método de sermos ambientalistas, é não desistirmos dos modos como tratamos a terra, como imaginamos as nuvens, como saudamos diariamente o sol, as matas, o vento e as águas. Ler nossos livros é aceder a uma intelectualidade que está dizendo que temos esperança em mundos possíveis, mas jamais poderemos esquecer o que nossos ancestrais viveram. Ler nossos livros é dizer se temos memória, e ela é uma companhia que está conosco agora”. 

Pavilhão do Brasil 

Homenageado de honra desta edição, o Brasil inaugurou um pavilhão com três mil metros quadrados. O local dispõe de livraria e exposições artísticas, explorando a diversidade cultural e os biomas do Brasil, sobretudo a Amazônia. 

A programação cultural inclui apresentações audiovisuais, palestras e homenagens a nomes representativos da literatura brasileira, além de artesanato e espaço gastronômico, promovendo uma imersão na cultura brasileira. 

Uma das iniciativas é o Ciclo Afro, de 22 a 27 de abril, voltado para a celebração da literatura e estímulo ao intercâmbio cultural em nível global que enfatiza a importância dos intelectuais negros na produção de literatura e cultura. 

No total, 12 empresas irão expor novidades no Pavilhão, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), e estarão nas rodadas no salão de negócios. São elas: Jujuba, Funcamp, Pingo de Luz, Ateliê da Escrita, Global Editora, Mil Caramiolas, Solisluna, Panda Books, Mais Ativos, Ôzé Editora, Callis e Companhia das Letras. 

Para a edição deste ano, estima-se que a participação brasileira no evento resulte em US$ 215 mil em novos negócios e expectativas para os próximos meses. 

A chefe da Cultura, acompanhada do ministro Juan David Correa, visitou a exposição El Árbol que Devoró um Mundo: los Rumbos del Caucho en La Vorágine, que promove uma reflexão sobre a exploração da borracha e suas consequências sociais e ambientais a partir de mapas, fotografias, ilustrações e material documental. 

Promoção da leitura e da literatura 

Com apoio de estatais, o Ministério da Cultura e MRE também levarão ao evento editores, livreiros, mediadores e promotores de leitura para participarem das jornadas profissionais, rodadas de negócios e dos encontros de promoção da leitura e da literatura. 

A presença brasileira na FILBo 2024 é fruto de ação conjunta entre os ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, por meio do Instituto Guimarães Rosa (IGR), da Embaixada do Brasil em Bogotá, da Fundação Biblioteca Nacional e do Instituto de Cultura Brasil Colômbia (Ibraco). 

“A nossa participação na FILBo constitui uma política pública no âmbito da Política Nacional de Leitura e Escrita e do Plano Nacional do Livro e da Leitura no Brasil. Envolve a promoção e divulgação da literatura brasileira no exterior e o desenvolvimento da economia criativa do livro”, comentou o secretário de Formação, Livro e Leitura (Sefli) do MinC, Fabiano Piúba.

E acrescentou: “A FILBo é uma das feiras do livro mais importantes não só da América Latina, mas também do mundo. Movimenta o ecossistema do livro, especialmente os de língua espanhola. É um território de democratização do acesso ao livro, de promoção da leitura e formação de leitores e um ambiente de desenvolvimento da economia do livro em toda a região, reunindo autores, tradutores, editores, livreiros, distribuidores, agentes literários, bibliotecários, mediadores e promotores da leitura e, principalmente, aproximando os leitores já formados e em formação. É uma bela celebração da leitura”. 

Com o tema “Ler a Natureza”, a FILBo 2024 deverá receber mais de 600 mil pessoas até o dia 2 de maio. O evento representa uma oportunidade de difusão da cultura brasileira no exterior, além de promover o intercâmbio entre artistas e intelectuais latino-americanos. 

Memorando 

Também nesta quarta, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi, se reuniu com representantes da Biblioteca Nacional da Colômbia. “Nós assinamos um memorando importantíssimo em termos de produção de conhecimento, os programas de tradução que as duas bibliotecas nacionais realizam, e o Projeto Resgate, em termos de documentação que existe aqui no Brasil, para ser digitalizado, e também da Colômbia, o que há no país de material deles. Por isso fazemos esses intercâmbios digitais. Esse é o Resgate, do MinC, projeto de estado feito pela FBN que busca, há muitos anos, trazer o que existe no mundo da documentação brasileira nesse sistema de cópia, digitalização e transcrição”, contou sobre o programa de cooperação arquivística internacional que tem como objetivo catalogar e reproduzir a documentação histórica manuscrita referente ao Brasil, do período anterior à Independência.

Visitas 

Integrante da comitiva do MinC, o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, esteve nesta quarta no Museu Nacional da Colômbia, acompanhado do coordenador de Mercosul na Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, Laio Veloso, e da professora da Universidade Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), da Bahia e do Ceará, Miriam Reis. 

Na ocasião foi proposta uma parceria entre MinC, Fundação Cultural Palmares e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) para a construção de uma rede de museus afros e centros de interpretação da herança africana. 

A comitiva do MinC conta, ainda, com o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLB), Jéferson Assumção; e da subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais (Seec), Cecília Gomes de Sá.

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  • Data: 18/04/2024 09:04
  • Alterado:18/04/2024 09:04
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