Altino Prazeres, do PSTU, defende legalização das drogas em sabatina Folha/UOL

Candidato do PSTU é funcionário do Metrô e tenta prefeitura pela segunda vez; outros postulantes foram convidados

  • Data: 10/09/2024 11:09
  • Alterado: 10/09/2024 11:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Carlos Petrocilo e Maria Paula Giacomelli/Folhapress
Altino Prazeres, do PSTU, defende legalização das drogas em sabatina Folha/UOL

O metroviário Altino Prazeres será candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSTU

Crédito:Divulgação

Você está em:

O candidato à Prefeitura de São Paulo Altino Prazeres, 57, (PSTU) defendeu a legalização das drogas, inclusive o crack e a cocaína, ao ser entrevistado nesta terça-feira (10) às 9h no ciclo de sabatinas promovido por Folha de S.Paulo e UOL para tratar dos temas da cidade.

Em seu ponto de vista, o veto é uma hipocrisia e fomenta a lucratividade do crime organizado. Prazeres afirmou, ainda, que é preciso frear as propagandas de bebidas alcoólicas.

“Defendo a legalização de todas as drogas porque é uma hipocrisia a proibição. As pessoas só não usam se não tiverem dinheiro. Precisamos estancar a riqueza do tráfico que ganha com isso”, diz Prazeres. “A droga que mais mata, hoje, em São Paulo e no Brasil é o álcool, que deveria passar a ter várias regras, inclusive com as propagandas.”

O candidato disse que a legalização dos entorpecentes é uma forma de reconhecer o problema social. “Um dos setores mais contra a legalização é o mundo do crime porque, legalizando, se tira a lucratividade deles.”

A mediação da entrevista foi de Fabíola Cidral, ao lado dos entrevistadores Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor de Cotidiano da Folha de S.Paulo.

Nascido em São Luís (MA), Altino Prazeres migrou para a capital paulista na década de 1990 e é formado em matemática pela USP (Universidade de São Paulo). É funcionário do Metrô e foi presidente do Sindicato dos Metroviários. Já concorreu a eleições em 2016 e 2022, quando tentou a prefeitura e o Governo de São Paulo, respectivamente.

Entre suas propostas para a capital, Prazeres defendeu a municipalização do transporte público semelhante ao modelo exercido pela Companhia Municipal de Transportes Coletivos até 1995, quando foi extinto na gestão de Paulo Maluf.

Para isso, será preciso romper os contratos com as empresas de ônibus que operam o serviço em São Paulo e recebem subsídios da prefeitura. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) repassou quase R$ 6 bilhões em subsídios às empresas em 2023.

“O transporte, hoje, custa R$ 12 bilhões e sobra um lucro de R$ 1 bilhão, e se levarem em consideração que tem uma supervalorização do serviço, teremos o suficiente para [operar o sistema] e garantir a tarifa-zero”, disse Prazeres.

“Ao invés de enriquecermos um punhado empresários, vamos enriquecer a sociedade”, afirmou o candidato. “O transporte será gratuito.”

O candidato, que se define como “socialista e comunista”, afirmou que seus temas e ideias tem pouca visibilidade em decorrência da falta de recursos, tempo e espaço na televisão e mídias digitais. Em seu ponto de vista, “apesar de as propostas serem minoritárias, são as que mais tem a ver com o desejo da população.”

Ao ser questionado sobre saúde e como zerar a fila para atendimento, o postulante se disse a favor do fim das Organizações Sociais de Saúde, empresas privadas que gerem unidades públicas de saúde.

Para gerir o tema, ele falou que pretende realizar novos concursos públicos e convocar pessoas que prestaram provas e não foram chamadas.

Altino também disse que as polícias paulistanas têm uma política racista e que a política de “repressão, tiro, porrada e bomba” não vai funcionar porque já se mostrou ineficiente.

O candidato afirmou ser a favor de câmeras nos uniformes dos agentes e um controle da Guarda Civil Metropolitana pela população.

“Eles são servidores e deveriam prestar contar do que fizeram ou deixaram de fazer. [Defendo] O controle da Guarda Civil Metropolitana pela população e o monitoramento para que policias não se sintam à vontade para reprimir, mas zelar por prédios públicos e outros elementos.”

Além dele, outros postulantes foram convidados. Na quarta-feira (4), foi a vez de Pablo Marçal (PRTB). Tabata Amaral (PSB) foi sabatinada na quinta-feira (5) e Ricardo Nunes (MDB), na sexta-feira (6). Guilherme Boulos (PSOL) foi entrevistado na segunda-feira (9).

Nesta quarta-feira (11) será a vez de Ricardo Senese (UP). Depois, na quinta-feira (12), virá João Pimenta (PCO) e José Luiz Datena (PSDB) fecha a semana na sexta-feira (13). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) ocorrerá em 16 de setembro e Marina Helena (Novo) será sabatinada em 18 de setembro.

Folha de S.Paulo e UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas foi iniciado em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito também em outras 17 cidades.

Além disso, Folha de S.Paulo e UOL promoverão debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

Compartilhar:

  • Data: 10/09/2024 11:09
  • Alterado:10/09/2024 11:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Carlos Petrocilo e Maria Paula Giacomelli/Folhapress









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados