Altas temperaturas exigem cuidado com a saúde e hidratação

Prof. Dr. Durval de Ribas Filho, médico nutrólogo, endocrinologista e presidente da ABRAN ( Associação Brasileira de Nutrologia) fala sobre os problemas de saúde causado pela desidratação

  • Data: 21/11/2023 08:11
  • Alterado: 21/11/2023 08:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prof. Dr. Durval de Ribas Filho
Altas temperaturas exigem cuidado com a saúde e hidratação

Sol

Crédito:Arquivo - Agência Brasil

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BEBA ÁGUA MESMO SEM SEDE

O forte calor que tem ocorrido em grande parte do país, com temperaturas que ultrapassam os 40 graus, chamaram a atenção para os cuidados com a saúde em dias tão quentes e que se hidratar é essencial para garantir o funcionamento correto do organismo. Afinal, cerca de 70% do nosso corpo é composto por água. Em bebês, este percentual pode ser ainda maior e chegar aos 80%.

Já sabemos que é vital beber água, mas a pergunta é: quando e quanto. Porém, deve se ter controle e não exagerar na dose, para se obter todos os benefícios de uma boa hidratação, para limpar o organismo e evitar desequilíbrios entre os órgãos. Não basta beber água apenas quando temos sede e em grandes quantidades, para não sobrecarregar o organismo. O ideal é ingerir várias vezes por dia, com intervalos médios de 2 horas, e porções de 300ml.

Água é tudo de bom

Para extrair todos os benefícios da hidratação, é fundamental dar preferência ao consumo de água natural. Nosso corpo também absorve água dos alimentos, mas bebidas açucaradas, como refrigerantes, chás adoçados, néctares e refrescos prontos, não são as melhores fontes para repor o líquido perdido.

A boa hidratação ajuda a regular a temperatura corporal; contribui na desintoxicação do corpo; na absorção de nutrientes e digestão; na maciez da pele; no metabolismo celular, no bom funcionamento dos rins e numa melhor circulação sanguínea. A água também influi no processo de gestação, por compor o líquido amniótico, que protege o embrião durante seu desenvolvimento.

Beber água cerca de meia hora antes das refeições, por exemplo, pode auxiliar na digestão. A água ocupa espaço no estômago e contribui para reduzir a fome. De manhã, ao despertar, ajuda a ativar os órgãos e tem efeito desintoxicante e, à noite, antes de dormir, traz efeitos positivos para o aparelho cardíaco e, na prática de exercícios, ajuda a repor perdas de líquido com a transpiração.

Aliada do nosso bem-estar

A hidratação é de suma importância para que o corpo humano possa desenvolver com eficiência, todas as funções biológicas. Estudos científicos mostram uma associação entre o grau de hidratação e algumas doenças, como distúrbios urológicos, gastrointestinais, circulatórios e neurológicos.

O baixo consumo de água pode dar sinais, desencadeando alguns sintomas de alerta. Podemos sentir menos vontade de urinar, produzir menos saliva e até sentir tonturas, porque o cérebro está tentando se adequar à falta de líquido.

A dor de cabeça pode ser desencadeada porque, ao redor do nosso cérebro, os vasos sanguíneos são muito sensíveis e podem reagir à mudança no volume sanguíneo e provocar as cefaleias.

Prisão de ventre e dores abdominais e dificuldades para evacuar, também podem sinalizar desidratação. É uma manifestação do sistema digestivo, que não está funcionando adequadamente.

Outras consequências da falta de água no organismo podem ser cansaço; dificuldade de emagrecer; envelhecimento mais rápido da pele; piorar a memória e raciocínio, além de menor desempenho escolar; sensação de boca seca; pele e olhos ressecados; perda de massa muscular.

Vários danos também podem ser evitados com uma boa hidratação, como as lesões ósseas, provenientes de patologias como artrite e artrose. Nos idosos os cuidados devem ser redobrados, pois seus mecanismos de sede são mais lentos e devem ser estimulados a beber água, mesmo sem ter vontade. Em crianças e bebês também merecem atenção especial, pela maior tendência à desidratação porque sofrem, com mais frequência, de problemas como diarreia, febre e outras infecções.

Cuidado com a desidratação

Na composição dos órgãos, a água favorece e facilita um ambiente propício para a ocorrência de reações químicas e fisiológicas, pois tem ampla capacidade de atuar como solvente de substâncias como aminoácidos, vitaminas e minerais, facilitando sua utilização pelas células dos órgãos e tecidos. Vale o alerta que a desidratação é uma consequência direta de um desequilíbrio, quando o corpo usa ou perde mais líquido do que é ingerido, causando, assim, a dificuldade para o bom funcionamento dos órgãos.

É comum a perda de água pela urina, fezes, suor e mesmo sob a forma de vapor, quando respiramos. Ao mesmo tempo são liberadas também quantidades de sais minerais, essenciais para o nosso organismo, o que demonstra a importância de uma hidratação constante. Uma urina de cor amarelo claro é sinal de que a quantidade de água está ideal. Se muito escura, é preciso beber mais água.

Qualquer líquido sempre é muito bem-vindo, mas é preciso evitar bebidas alcoólicas, destiladas ou fermentadas, porque o álcool é, de certa forma, um desidratante. Ele inibe um hormônio que é antidiurético e, portanto, favorece a diurese e ainda mais a desidratação. Esse é um fato.

O segundo ponto é que não se pode tratar desidratação com os chamados alimentos de alta densidade energética, aqueles que tem uma grande quantidade de calorias, por grama-peso, como os doces, as gorduras, os chocolates. O indicado é dar preferência para alimentos de baixa densidade energética, pois possuem maior quantidade de água, como frutas, verduras e legumes. Evitar exposição ao sol, por longos períodos e se hidratar durante os exercícios físicos também são importantes para manter a hidratação.

Sempre a melhor conduta é consultar um médico que irá avaliar o grau da desidratação e suas causas e poder indicar o melhor tratamento.

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  • Data: 21/11/2023 08:11
  • Alterado:21/11/2023 08:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prof. Dr. Durval de Ribas Filho









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