Álbum Coletivo Mulher promove visibilidade para compositoras
A iniciativa traz canções inéditas de oito artistas em oito faixas que unem ritmos brasileiros ao universo feminino
- Data: 19/12/2024 16:12
- Alterado: 19/12/2024 16:12
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Álbum Coletivo Mulher
Crédito:Divulgação/Joice Aguiar
Em um local tão plural quanto o Brasil, a música nacional é ainda mais especial pela riqueza de ritmos. Seja com samba, ijexá, forró ou baião, ela rompe barreiras culturais e as canções são constantemente conhecidas e cantadas em rodas de samba, festivais e aplicativos de streaming.
Embora a variedade sonora seja um grande diferencial, o país ainda peca em outro tipo de falta de diversidade: os principais nomes da composição com músicas gravadas continuam sendo homens. E, consequentemente, o ponto de vista do mercado musical continua sendo majoritariamente o masculino. Não à toa, segundo dados da União Brasileira de Compositores (UBC), as artistas permanecem em minoria entre todos os músicos que recebem direitos autorais. Em uma lista de 100 maiores arrecadadores, figuram apenas 13 mulheres e a com maior rendimento está na 21° posição.
Como uma iniciativa para modificar essa realidade e reconhecer compositoras no país, o “Álbum Coletivo Mulher” tem lançamento marcado para janeiro de 2025. Do samba à MPB, a iniciativa cultural, idealizada em 2022 pela jornalista, cantora e compositora Carla Franco, une mulheres que, iniciantes na música ou com vastas carreiras, ainda não tiveram suas músicas devidamente gravadas. Inédito, o álbum traz oito faixas autorais e será lançado em um show no dia 16 de janeiro no Centro Cultural São Paulo, chegando às plataformas digitais no mesmo dia.
As canções relatam o cotidiano das mulheres e a temática é totalmente voltada para o universo feminino: o que é ser mulher, assim como suas dores, poderes e lutas. A coletânea conta com o trabalho autoral de diferentes gerações de mulheres, como Tia Sahra Brandão, da velha-guarda do Vai-Vai, Carla Franco, Samira Chamma, Silvana Truva, Sil Oléa, Lua Cristina, Sandra Regina Alves e Cilézia José, que também são intérpretes das canções.
“Coletivo Mulher nasceu do desejo de criar um espaço para novas compositoras mostrarem seu trabalho autoral”, afirma Carla Franco. Ela observa que, embora seja crescente o surgimento de grupos de mulheres sambistas, são raros os que abrem a roda para as canções autorais. “Somente as oito mulheres do Coletivo têm mais de uma centena de sambas inéditos que precisam de projetos como este para chegarem ao público”.
O Coletivo Mulher é cria do projeto de rodas de sambas autorais Batucantos, também idealizado por Carla, que foi premiada com o troféu “Melhor Canção no Femup 2022” e, a partir daí, viabilizou o Coletivo Mulher como uma ação exclusiva para compositoras.
Os arranjos do álbum são assinados pelo violonista e compositor Oscar Novaes e pelo percussionista Everton Reis. O projeto Álbum Coletivo Mulher recebeu recursos da 7ª Edição do Edital de Apoio à Música para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura de SP.