Agosto Lilás: violência contra mulheres no Brasil cresce

Consultora Ana Minuto já foi vítima, mas teve a mãe como modelo de enfrentamento à violência e hoje atua resgatando a autorresponsabilidade para a libertação feminina

  • Data: 11/08/2022 15:08
  • Alterado: 16/08/2023 22:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ana Minuto
Agosto Lilás: violência contra mulheres no Brasil cresce

Violência

Crédito:Paulo H. Carvalho - Agência Brasília

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“A cada minuto, oito mulheres sofrem violência no Brasil. Não se omita. Denuncie”, esta é a chamada da campanha nacional Agosto Lilás, criada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e lançada neste domingo (7) para lembrar os 16 anos da Lei Maria da Penha, com o objetivo de promover ações de conscientização para o fim da violência contra a mulher, além de divulgar o canal de denúncias Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher).

Ana Minuto – primeira Coach Negra a desenvolver uma metodologia de processo de coaching que atenda as especificidades dos afrodescendentes e afroempreendedores e, LinkedIn Top Voice & Creator 2022 – é muito enfática: “É uma questão estrutural! Seja a mulher branca ou preta, ela não está livre. Não é ela que comanda o mundo. Logo, ela vai viver as violências e as microviolências que acontecem todos os dias! ”, relata com experiência de causa, lugar de fala e especializações que trazem luz e metodologia para auxiliar as mulheres a enfrentarem e superarem estes desafios.

Ana e sua mãe já foram vítimas de violência doméstica e partir da sua dor, sua mãe fundou, nos anos 90, a Ong Fala Negão/Fala Mulher, uma alternativa para apoiar outras mulheres para que não passassem pela mesma situação: “Ela foi muito inovadora, ajudou centenas de mulheres!”, conta Ana.

De acordo com sua vivência e experiência, a consultora diz que um dos fatores da perpetração da violência doméstica é o fato de a mulher não ter condições financeiras, e assim, não tem lugar para ir ou voltar, sem apoio da família – que muitas vezes mora longe e também não tem dinheiro – enfim, ela se mantém no ambiente tóxico pois não há alternativas: “Mulheres não se mantém em situação de violência doméstica porque acham ‘bonitinho’. Muitas vezes elas não têm condições financeiras nem força emocional pra se desvencilhar disso. No Brasil, que vem do processo escravocrata e da cultura do estupro, a gente não consegue entender essa violência ainda!”, esclarece a terapeuta.

Entretanto, além de não conseguir reconhecer as violências claramente, a mulher é treinada a não reconhecer seu valor e potencial. Como especialista em desenvolvimento humano, Ana Minuto, olha a pessoa pelas questões mais pragmáticas, e percebe nitidamente que a população negra e as mulheres têm uma necessidade anterior, a questão emocional: “Entendi que o mundo está programado a olhar só o que a pessoa não tem. Ninguém te fala: ‘você é boa em… invista nisso, porque é isso que vai te levar pro próximo nível”, exemplifica.

Segundo a especialista. por estes e outros fatores é de suma importância campanhas, ações, uma força conjunta para pensar e reestruturar a forma como podemos enfrentar esta questão tão entranhada em nossa sociedade que é a violência doméstica. “Por isso, hoje, falo em coaching multipotencial, olhando a pessoa como um todo, utilizando diversas ferramentas para que a conscientização dessa jornada leve a mulher à autorresponsabilidade de entender que ela não é culpada pela violência, mas pode ser responsável por criar uma nova vida”.

Há muito a ser feito, a especialista acredita que: “o enfrentamento da violência tem que estar em todos nós, nas empresas, cidades, em todo os lugares, este deve ser o mote pra gente avançar”, finaliza. 

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  • Data: 11/08/2022 03:08
  • Alterado: 16/08/2023 10:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Ana Minuto









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