Advogado alega armação contra militar em investigação de tentativa de golpe
Advogado denuncia armação em caso de golpe militar visando Lula; provas plantadas e celular "cavalo de Troia" estão no centro da defesa de Azevedo.
- Data: 29/11/2024 17:11
- Alterado: 29/11/2024 17:11
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Polícia Federal
O advogado Jeffrey Chiquini, que representa o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, atualmente detido no Rio de Janeiro desde o dia 19 deste mês, declarou que seu cliente é alvo de uma armação em um caso que investiga uma suposta tentativa de golpe militar. O caso também envolve planos para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29), Chiquini afirmou que provas foram plantadas para incriminar especificamente certas pessoas, alegando que Azevedo desconhecia qualquer complô golpista. Segundo o advogado, Azevedo recebeu um celular que seria um “cavalo de Troia“, sugerindo que ele foi deliberadamente incriminado.
A defesa do tenente-coronel sustenta que a prisão resulta de uma sabotagem dentro das Forças Armadas. Azevedo está encarcerado no 1º Batalhão de Polícia do Exército no Rio de Janeiro, após ser detido pela Operação Contragolpe da Polícia Federal (PF), que visa desmantelar uma suposta organização criminosa com intenções golpistas.
De acordo com a PF, Azevedo foi identificado sob o codinome “Brasil” em mensagens interceptadas. O relatório da polícia indica que em 15 de dezembro de 2022, ele teria utilizado um celular em Brasília para trocar mensagens relacionadas ao plano contra as autoridades eleitas e o ministro do STF. Posteriormente, o aparelho foi ativado com um novo número em nome do próprio Azevedo.
Chiquini refuta as alegações, afirmando ter provas de que Azevedo estava em Goiânia, celebrando seu aniversário com a família, no dia em questão. Ele sugere que o celular foi introduzido na posse do militar apenas em 24 de dezembro e acredita na hipótese de alguém ter sido subornado para plantar o dispositivo junto a Azevedo.
A defesa argumenta que a acusação visa atingir o Exército por meio das forças especiais ou desviar o foco das investigações sobre a tentativa de golpe. Chiquini também contesta as evidências apresentadas pela PF, afirmando que as mensagens trocadas por Azevedo referem-se a questões internas e não a atividades ilícitas.
Apesar das acusações graves, Rodrigo Bezerra Azevedo ainda não figura entre os 37 indiciados pela PF no inquérito. O advogado planeja solicitar acesso ao celular apreendido para reunir provas da inocência de seu cliente e requerer sua libertação.
O relatório final da PF foi submetido ao STF e encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se prossegue com denúncias contra os indiciados ou arquiva o caso. O documento aponta esforços para viabilizar um golpe de Estado e obstruir a posse do governo eleito legitimamente, além de limitar o exercício do Poder Judiciário brasileiro.