A importância da mobilidade sustentável nas cidades para as questões climáticas

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  • Data: 07/06/2024 13:06
  • Alterado: 07/06/2024 13:06
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Crédito:Ilustração: Capima (capima.com.br)

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Os temas relacionados às mudanças climáticas estão na ordem do dia, jamais se falou e debateu tanto sobre esse, que é definitivamente, o maior e mais complexo desafio do presente e das gerações futuras. 

Complexo por afetar quase todos os setores da nossa vida: desde o modelo de produção dos bens e do modo de consumo, passando por onde e como habitamos, comemos, descartamos nossos resíduos e efluentes, tratamos as áreas verdes e de mananciais, a água que bebemos, surtindo efeitos na nossa saúde e nos meios pelos quais nos movemos nas cidades.

Nesse sentido, o conceito de mobilidade urbana sustentável busca associar os ideais de justiça social, sustentabilidade econômica e o uso consciente dos recursos naturais na criação de um sistema de deslocamento de qualidade, que satisfaça as demandas da geração atual sem comprometer as gerações futuras. 

Para quem vive nos grandes centros urbanos e vai para outra cidade, uma das primeiras impressões, positivas ou negativas é a qualidade do ar, lugares muito poluídos pelas emissões de fumaça de veículos, caminhões e ônibus causam péssima impressão, desconforto e problemas de saúde.

E o modo como funciona o sistema de trânsito, tranquilo e fluido ou caótico e estressante, a segurança dos pedestres, se as calçadas são amplas e arborizadas, se tornam mais convidativas a uma caminhada para conhecer melhor o lugar. Se há ciclovias e espaços para as bicicletas, os tipos de transporte e a facilidade de integração e conexão entre os modais podem aumentar o uso dos transportes públicos, em detrimento do enorme volume de veículos particulares que contribuem com a emissão dos gases de efeito estufa (GEE), quando movidos a combustíveis fósseis (derivados do petróleo), que causam e ampliam o aquecimento global e as mudanças climáticas, além da poluição do ar.   

Todos esses fatores fazem muita diferença na qualidade de vida das pessoas, sejam moradores, trabalhadores ou turistas.

As cidades de grande e médio porte, como as da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) precisam elaborar e colocar em prática seus Planos de Mobilidade, uma vez que o setor transporte é o que mais emite gases de efeito estufa, conforme apontam os inventários de emissão de GEE das cidades de São Paulo e do Grande ABC, por exemplo.  

Nas últimas décadas muitas pessoas adquiriram seus veículos e deixaram de usar o transporte público por questões de conforto, segurança, rapidez (nem sempre!) e o volume de carros nas vias aumentou consideravelmente. Porém, se quisermos viver em cidades mais agradáveis, é preciso investir e aumentar as opções e acessos aos meios de transporte coletivo e estímulo à mobilidade ativa, aquela que usamos nosso próprio corpo, como uso de bicicletas, andar a pé e de patinetes, além da eletrificação das frotas, para reduzir a poluição do ar, sonora e mitigar a emissão dos GEE.

Para fortalecer o planejamento, a articulação e definição de ações de caráter regional, as sete cidades do Grande ABC, contam, desde 1990, com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que reúne os sete prefeitos para promover propostas que atendam a região, assim como a captação de recursos para questões estratégicas como a mobilidade urbana.

Em 1997 foi criado um Grupo de Trabalho sobre Mobilidade Urbana, na época da Câmara Regional do Grande ABC, com o objetivo promover a integração do ABC aos principais eixos viários da RMSP, portos e aeroportos e melhorar a integração entre as cidades.

Em 2013 foi elaborado o Plano Regional de Mobilidade, que resultou no Plano de Investimentos em Mobilidade Urbana na Região do Grande ABC, estruturando 16 eixos prioritários para circulação do transporte coletivo.

Quanto às cidades do Grande ABC, Santo André possui um Plano para a Mobilidade Segura e Inclusiva, São Bernardo do Campo tem seu Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, São Caetano do Sul, Mauá, Diadema e Ribeirão Pires possuem seus Planos Municipais de Mobilidade Urbana (PlanMob) e Rio Grande da Serra criou em 2017 o Departamento de Mobilidade Urbana (DEMURB). Será que as pessoas conhecem o que esses planos propõem?

Com as eleições municipais deste ano, temos a oportunidade de avaliar e eleger novos representantes, prefeitos e vereadores, comprometidos e que tenham propostas para tirar do papel todos esses planos, visando tornar a mobilidade urbana mais sustentável, inclusiva, segura e que garanta mais qualidade de vida nas nossas cidades. 

Que busquem aprimorar, em articulação com o Governo do Estado, todo o sistema logístico de transporte rodoviário e ferroviário, além da necessidade urgente de expansão e integração da região com as linhas do Metrô, que vai reduzir o tempo de deslocamento entre origem e destino de milhares de trabalhadores e de pessoas que tem agendas nas cidades da RMSP.

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  • Data: 07/06/2024 01:06
  • Alterado: 07/06/2024 01:06









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