A importância da hidratação para a saúde
O corpo humano é composto por aproximadamente 65% de água, e sua carência pode resultar em desequilíbrios severos
- Data: 14/01/2025 10:01
- Alterado: 14/01/2025 10:01
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Água
Crédito:Fernando Frazão - Agência Brasil
A desidratação é um fenômeno que pode se manifestar por meio de diversos sinais, além da sede. Sintomas como cãibras, urina concentrada, mau hálito, dor de cabeça, irritabilidade e pressão arterial baixa são indicadores de que o organismo pode estar sofrendo com a falta de água. Particularmente vulneráveis a esse quadro estão trabalhadores rurais e pessoas idosas.
O corpo humano é composto por aproximadamente 65% de água, e sua carência pode resultar em desequilíbrios severos, até mesmo em morte. O organismo possui um sofisticado sistema que detecta a redução na hidratação, ativando sensores que desencadeiam a sensação de sede. No entanto, indivíduos que trabalham ao ar livre, expostos a temperaturas elevadas, e os mais velhos — que podem perder a percepção da sede ou apresentar comprometimentos cognitivos — estão em maior risco de desidratação.
Além de ser essencial para a saúde geral, a água desempenha papéis fundamentais no organismo:
- Circulação: Contribui para manter o volume sanguíneo e a pressão arterial adequados, essenciais para o transporte de nutrientes aos órgãos.
- Digestão: Facilita a formação e excreção do bolo fecal.
- Eliminação de toxinas: Auxilia na remoção de substâncias nocivas através da urina, fezes e suor, sendo crucial para o funcionamento dos rins.
- Lubrificação: Mantém a umidade dos olhos e das articulações.
- Regulação térmica: Ajuda na manutenção da temperatura corporal.
- Elasticidade da pele: Contribui para a saúde e aparência da pele.
A perda de água ocorre através da urina, fezes, suor e respiração. Quando o nível hídrico cai abaixo do ideal, surgem sintomas que variam conforme a gravidade da desidratação:
- Sede
- Cãibras
- Urina escura e em menor quantidade
- Mau hálito
- Olhos secos
- Dor de cabeça
- Tontura
- Irritabilidade
- Mudanças de humor
- Fadiga
- Cansaço
- Pressão arterial baixa (com aumento da frequência cardíaca como compensação)
No longo prazo, uma ingestão inadequada de água pode resultar em problemas como constipação intestinal devido à falta de hidratação das fezes e ressecamento da pele e mucosas. Em casos mais graves, a desidratação crônica pode levar ao desenvolvimento de pedras nos rins, comprometimento renal progressivo e aumento do risco de trombose e acidente vascular cerebral (AVC), decorrente da maior concentração do sangue.
A endocrinologista Andrea Fioretti, vice-presidente do departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), alerta: “Para aqueles predispostos à formação de pedras nos rins, uma ingestão insuficiente de água pode ser extremamente prejudicial; frequentemente necessitam consumir mais de dois litros diariamente”.
Os adultos devem consumir em média cerca de 2 litros diários. Recomenda-se uma ingestão aproximada de 35 ml por kg de peso corporal. Contudo, essa quantidade pode variar conforme o peso individual ou atividades físicas realizadas. Além disso, fatores como viver ou trabalhar em ambientes quentes podem exigir uma maior ingestão hídrica.
A avaliação da hidratação pode ser feita por meio do exame laboratorial conhecido como ureia sanguínea ou pela observação da pressão arterial. O nutrólogo Celso Cukier do Hospital Israelita Albert Einstein destaca que “a água é fundamental para manter o equilíbrio hidroeletrolítico e térmico; sua ausência pode causar desde sintomas leves até complicações fatais”.
Momentos que demandam atenção especial à hidratação incluem:
- Dias quentes, onde há maior perda hídrica devido à transpiração;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Prática regular de atividades físicas;
- Dieta rica em sal que aumenta a necessidade hídrica.
No entanto, é possível também o consumo excessivo de água, conhecido como potomania ou dipsomania. Essa condição pode surgir devido a distúrbios hormonais ou psicológicos. A diluição excessiva do sangue pode levar a alterações neurológicas significativas.