Cerimônia fúnebre em Beirute homenageia Hassan Nasrallah

A cerimônia foi marcada por um forte simbolismo, com os participantes carregando fotos de Nasrallah e bandeiras do Hezbollah.

  • Data: 23/02/2025 15:02
  • Alterado: 23/02/2025 15:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria
Cerimônia fúnebre em Beirute homenageia Hassan Nasrallah

Ex-líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah

Crédito:Reprodução/X-Twitter

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Na manhã deste domingo (23), um grande número de apoiadores se congregou nas proximidades de Beirute para prestar suas últimas homenagens ao ex-líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que foi morto há quase cinco meses em um ataque aéreo israelense. A cerimônia fúnebre ocorreu no estádio Cidade Esportiva Camille Chamoun, que tem capacidade para 55 mil pessoas e já estava quase cheio horas antes do início do evento.

Nasrallah, que dirigiu o grupo militante xiita durante anos de conflitos com Israel, perdeu a vida em um dos primeiros ataques realizados por Israel no Líbano. Este episódio teve repercussões significativas para as operações do Hezbollah.

A cerimônia foi marcada por um forte simbolismo, com os participantes carregando fotos de Nasrallah e bandeiras do Hezbollah. Após sua morte, o líder foi temporariamente sepultado ao lado de seu filho Hadi, falecido em combate em 1997. O funeral oficial foi postergado na expectativa da retirada das forças israelenses do sul do Líbano, conforme estipulado em um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.

Além de Nasrallah, outros membros falecidos do Hezbollah foram homenageados no local, incluindo Hashem Safieddine, que brevemente liderou o grupo após a morte de Nasrallah e que também foi vítima de um ataque israelense antes mesmo de ser anunciado oficialmente como sucessor.

No discurso proferido durante a cerimônia, Naim Qasem, atual dirigente do Hezbollah, reafirmou o compromisso do grupo com a luta contra Israel e declarou que “Nasrallah vive em nós”. Ele ainda destacou que a resistência contra o Estado hebreu permanece ativa e que o Hezbollah não aceita a interferência americana nos assuntos libaneses.

Um caminhão transportando os caixões de Nasrallah e Safieddine percorreu o estádio enquanto os presentes erguiam os punhos em sinal de respeito, lançando flores sobre os caixões e acenando com as bandeiras amarelas do Hezbollah. As ruas ao redor foram preparadas com 35 mil assentos para homens e 25 mil para mulheres, com apoiadores reunindo-se diante de telões gigantes.

A segurança do evento foi garantida por cerca de 4.000 agentes das autoridades libanesas, enquanto o Hezbollah mobilizou aproximadamente 25 mil combatentes para garantir a ordem nas imediações do estádio. A atividade aérea no aeroporto local foi suspensa por quatro horas em função da cerimônia.

Dentre as personalidades esperadas no evento estavam o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, uma delegação iraquiana composta por políticos xiitas e comandantes de milícias, além de representantes dos houthis do Iémen.

A realização dessa cerimônia maciça serve como uma demonstração da força do Hezbollah após os desafios enfrentados na guerra do ano passado contra Israel, que resultou na perda significativa de líderes e combatentes da organização e deixou uma devastação considerável no sul libanês.

Um participante da cerimônia, Hassan Nasreddine, refletiu sobre a importância da resistência ao afirmar: “Podemos ter perdido muito com um homem, mas não perdemos o valor da resistência porque ela continua firme”.

As consequências para o Hezbollah foram acentuadas pela instabilidade provocada pela queda de seu aliado Bashar al-Assad na Síria, impactando negativamente suas rotas de abastecimento. Embora Israel tenha reduzido sua presença militar no sul libanês, mantém ocupadas cinco posições estratégicas na área. No mesmo dia da cerimônia, Israel conduziu novos ataques aéreos no sul do Líbano alegando ter identificado atividades do Hezbollah.

A tensão aumentou ainda mais quando o Hezbollah manifestou apoio ao Hamas após o ataque realizado em 7 de outubro de 2023, que deu início a um novo ciclo de hostilidades com Israel.

Durante seus 32 anos à frente do Hezbollah, Hassan Nasrallah transformou a milícia em uma força política proeminente dentro do Líbano e uma ameaça militar significativa para Israel, país que possui algumas das Forças Armadas mais sofisticadas globalmente.

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  • Data: 23/02/2025 03:02
  • Alterado:23/02/2025 15:02
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