Airbus adia lançamento de aeronave a hidrogênio e reavalia expectativas para descarbonização
A Airbus adiou o lançamento de sua aeronave a hidrogênio para após 2035, enfrentando desafios em infraestrutura e investimentos.
- Data: 08/02/2025 12:02
- Alterado: 08/02/2025 12:02
- Autor: Redação
- Fonte: CBV
A Airbus anunciou um adiamento significativo em seus planos para introduzir uma aeronave movida a hidrogênio, agora projetada para entrar em operação após 2035. Essa decisão representa um retrocesso nas esperanças da indústria da aviação em atingir emissões líquidas zero, conforme divulgado aos funcionários na última quinta-feira, 6 de outubro.
Embora a empresa tenha se manifestado anteriormente, assegurando que 2035 permanecia como sua meta ambiciosa para a aeronave de curto alcance, novos desdobramentos indicam uma reavaliação da situação. A fabricante se absteve de comentar diretamente sobre uma declaração de sindicatos franceses que sugeriam que o lançamento poderia ser postergado entre cinco a dez anos.
No entanto, em uma atualização feita na sexta-feira, 7 de outubro, a Airbus confirmou que as expectativas para a aeronave a hidrogênio foram ajustadas para um período posterior a 2035. A empresa reiterou seu compromisso com o desenvolvimento de uma solução comercialmente viável, mas reconheceu os desafios substanciais envolvidos na criação de um ecossistema completo para o hidrogênio. Este ecossistema abrange desde infraestrutura até regulamentações e requer investimentos e colaboração em nível global.
A Airbus destacou que o progresso na disponibilidade de hidrogênio proveniente de fontes renováveis tem sido mais lento do que o inicialmente previsto. Apesar desse cenário desafiador, a companhia continua a trabalhar em conceitos inovadores voltados para emissões nulas desde 2020, enquanto seus concorrentes, como a Boeing, têm sido mais cautelosos quanto ao potencial do hidrogênio.
Adicionalmente, surgiram informações sobre cortes no orçamento destinado às iniciativas de hidrogênio da Airbus em até 25%, além do planejamento para interromper testes com motores de célula de combustível de hidrogênio em um A380 modificado. O CEO Guillaume Faury já havia expressado preocupações sobre a falta de infraestrutura adequada para suportar a utilização do hidrogênio na aviação.
Uma recente atualização de um roteiro sobre emissões líquidas zero revelou que cinco grupos da indústria esperam que aeronaves movidas a hidrogênio contribuam apenas com 6% das reduções necessárias até 2050, um considerável recuo em relação à previsão anterior de 20% divulgada em 2021. Como resultado, a indústria está cada vez mais voltada para o uso de combustíveis de aviação sustentáveis, que podem ser produzidos a partir de matérias-primas não fósseis e têm o potencial de reduzir as emissões líquidas de CO₂ em até 70%, embora atualmente sejam mais caros e produzidos em quantidades limitadas.