Executivos brasileiros veem discurso de Trump em Davos como positivo

Executivos brasileiros reagem positivamente ao discurso de Trump em Davos, destacando cooperação com a China e desafios econômicos globais.

  • Data: 23/01/2025 23:01
  • Alterado: 23/01/2025 23:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Executivos brasileiros veem discurso de Trump em Davos como positivo

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No recente Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, a percepção de executivos brasileiros sobre o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi amplamente positiva. Embora o presidente não tenha afastado a possibilidade de aumentar tarifas comerciais, sua abordagem foi considerada menos beligerante em comparação com declarações anteriores. Além disso, Trump suavizou suas críticas à China, destacando a importância da cooperação com a potência asiática.

Roberto Azevêdo, atual presidente de operações internacionais da Ambipar e ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), comentou que o tom do discurso de Trump não trouxe grandes novidades em relação às mensagens já transmitidas desde sua posse e durante a campanha eleitoral. No entanto, Azevêdo elogiou a nova postura do presidente em relação à China, mencionando a intenção de estabelecer um relacionamento construtivo com o líder chinês, Xi Jinping.

A possibilidade de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China permaneceu como um tema de preocupação para empresários e banqueiros presentes no evento. Outro executivo brasileiro, que preferiu não ser identificado, destacou que embora o discurso não tenha apresentado surtos de retórica agressiva, também não esclareceu todas as incertezas. Ele ressaltou que será necessário observar quais promessas se concretizarão.

Esse executivo considerou positiva a mensagem de colaboração com Pequim e notou que Trump insinuou que a China poderia desempenhar um papel na resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia, aliviando tensões geopolíticas percebidas anteriormente.

As críticas de Trump à Europa foram diretas, mas moderadas. Ele reclamou sobre o tratamento desigual que os EUA têm recebido por parte dos europeus, especialmente no que diz respeito à regulamentação das grandes empresas de tecnologia. Contudo, esses comentários foram considerados brandos pelos executivos presentes.

Outro tema central debatido no evento foram as políticas ambientais e energéticas. Erasmo Battistella, CEO da Be8, empresa especializada em biocombustíveis e energia renovável, afirmou que não vê impactos negativos das ações de Trump sobre seu setor. Ele observou que o movimento em direção à transição energética já está em curso há anos e que independentemente das decisões políticas americanas, esse processo continuará avançando.

Battistella ressaltou a importância do comprometimento dos países e empresas com a sustentabilidade. “Os governos formulam as políticas públicas, mas cabe à sociedade civil implementá-las”, disse ele.

Além disso, Battistella considerou favorável a decisão de Trump de eliminar os incentivos à produção e compra de veículos elétricos promovidos pelo ex-presidente Joe Biden. Para ele, uma transição energética justa deve levar em conta os aspectos ambiental, econômico e social simultaneamente.

Os executivos também notaram uma preocupação no discurso de Trump com relação à inflação. O presidente enfatizou a queda nos preços do petróleo como um resultado direto de sua promessa de investimento no setor energético tradicional. Essa afirmação serviu para justificar uma possível demanda pela redução das taxas de juros pelo Federal Reserve.

Adicionalmente, Trump evitou mencionar valores específicos ou países que poderiam ser afetados por eventuais tarifas adicionais. A campanha presidencial do ex-presidente focou em propostas voltadas para melhorar a situação financeira dos consumidores americanos após um período de alta nos preços sob a administração Biden. No entanto, especialistas manifestaram preocupações quanto aos riscos fiscais associados às promessas feitas por Trump e seus possíveis efeitos inflacionários, temas recorrentes nas discussões entre economistas e banqueiros durante o Fórum.

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  • Data: 23/01/2025 11:01
  • Alterado:23/01/2025 23:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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