Magma-Jagunço: novo espetáculo de Clayton Mariano explora a relação entre extrema direita e ‘jagunçagem’

Nova peça do Tablado_SP faz temporada gratuita no TUSP Maria Antonia a partir de 30 de janeiro.

  • Data: 23/01/2025 20:01
  • Alterado: 23/01/2025 20:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria
Magma-Jagunço: novo espetáculo de Clayton Mariano explora a relação entre extrema direita e ‘jagunçagem’

Crédito:Larissa Moraes

Você está em:

Ao refletir sobre as novas formas de “jagunçagem”, o diretor e dramaturgo Clayton Mariano criou o espetáculo Magma-Jagunço, com estreia prevista para agora dia 30 de janeiro, no TUSP Maria Antonia. A temporada gratuita segue até o dia 23 de fevereiro, com sessões de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h.

A peça do Tablado_SP conta a história de um grupo de cineastas militantes de esquerda, que decide invadir a fazenda do tio de um dos membros do grupo, um dos maiores empresários da carne do país, para realizar uma ação político-artística. Durante a ação, porém, o grupo é capturado por um jagunço que parece não mais pertencer àquela realidade. O trabalho estabelece uma relação direta entre o agronegócio, a ascensão da extrema direita e o tradicional sistema jagunço.

A ideia parte de algumas provocações do filósofo Paulo Arantes e do sociólogo Gabriel Feltran, que relacionam o avanço da extrema direita a um novo tipo de jagunçagem. Para esses estudiosos, é possível entender a extrema direita atual como uma verdadeira ‘revolta de jagunços´. A base da jagunçagem é a mesma, o que significa uma aliança entre a fé, o messianismo religioso e a violência”, reflete Clayton.

A partir dessa premissa, o dramaturgo iniciou sua pesquisa e entrou em contato com os estudos do jornalista Bruno Paes Manso e do economista Marcio Pochmann. “Paes Manso publicou o livro A fé e o fuzil: crime e religião no Brasil do século XXI (2023), sobre a relação entre membros do PCC ou da milícia com a igreja, Marcio Pochmann discorre em seus estudos sobre os ciclos da jagunçagem”, coloca.

Ao mesmo tempo, o diretor se debruçou sobre a figura literária do jagunço que atravessa a história da literatura e também do cinema. “Desde o século 19 até os dias de hoje, em obras como o livro Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, e o filme Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o jagunço e o sertão ocupam um espaço de destaque na nossa cultura, enraizando-se no imaginário nacional. O jagunço é uma personagem-símbolo do Brasil profundo”, comenta.

O diretor observa que, desde a década de 1990, com a industrialização do campo, assistimos a uma mudança profunda na cultura sertaneja. “Assim como o agro hoje é apresentado como pop e tech, o jagunço também se modernizou. Podemos entender as periferias e comunidades das grandes metrópoles como extensões daquele antigo sertão. Por isso, o jagunço de hoje é representado tanto pelos velhos capangas a serviço de fazendeiros, quanto por novas lideranças, a exemplo de pastores neopentecostais, pequenos proprietários, policiais, milicianos e qualquer outro que se impõem à força para garantir a ordem e a manutenção do poder”, acrescenta.

Sinopse

Três cineastas planejam uma ação político-artística: invadir a fazenda do tio de um dos membros do grupo, um dos maiores empresários do agronegócio do país, para denunciar os crimes cometidos no campo. Durante a ação, porém, o grupo é capturado por um jagunço que parece estar fora do seu tempo. Dois filmes narrados sob pontos de vistas opostos, questionam os limites da arte engajada diante do poder das elites empresariais do agronegócio no Brasil.

Ficha Técnica

Texto e direção: Clayton Mariano
Elenco: André Capuano, Bruna Betito, Maria Tendlau, Rafael Lozano, Rodolfo Amorim e Vinícius Meloni
Direção de arte: Eduardo Climachauska
Cenário e figurino: Jéssica Mancini
Trilha sonora: Eduardo Climachauska
Direção cinematográfica: Luan Cardoso
Iluminação: Camille Laurent
Operação e edição de vídeo: Larissa Moraes
Fotos: Larissa Moraes
Produção: Leo Devitto e Letícia Alves/Corpo Rastreado
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Realização: Tablado_SP, Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, Cooperativa Paulista de Teatro.

SERVIÇO

  • Magma-Jagunço

Data: 30 de janeiro a 23 de fevereiro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h
Local: TUSP Maria Antonia – R. Maria Antônia, 294 e 258 – Vila Buarque, São Paulo/ SP
Ingressos: gratuitos | Retirada na bilheteria com 1 hora de antecedência
Duração: 120 min
Classificação Livre

Compartilhar:

  • Data: 23/01/2025 08:01
  • Alterado:23/01/2025 20:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria









Copyright © 2025 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados