Milei Anuncia Redução de Impostos para o Agronegócio em Meio a Desafios Climáticos

Javier Milei reduz impostos para o agronegócio argentino em meio a desafios climáticos; setor espera alívio com novas alíquotas até junho.

  • Data: 23/01/2025 20:01
  • Alterado: 23/01/2025 20:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Milei Anuncia Redução de Impostos para o Agronegócio em Meio a Desafios Climáticos

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Recentemente, observadores políticos têm apontado que a administração de Javier Milei na Argentina pode estar atravessando um período de “húbris”, caracterizado por um aumento do ego em razão dos resultados positivos que sua gestão tem apresentado. Independentemente dessa percepção, os resultados da governança têm possibilitado ao presidente realizar gestos significativos, especialmente voltados ao setor agrícola.

Em uma coletiva realizada na última quinta-feira (23), a equipe do governo ultraliberal anunciou uma redução temporária das “retenções” — impostos sobre exportações — direcionadas ao agronegócio, além da eliminação permanente das tarifas para determinadas economias regionais, como açúcar, algodão e arroz.

A partir da próxima segunda-feira e até 30 de junho, as alíquotas sobre produtos como soja e seus derivados, milho, trigo, cevada, girassol e sorgo serão reduzidas, proporcionando um alívio significativo para o setor. O ministro da Economia, Luis “Toto” Caputo, destacou a importância desse movimento: “Queremos mostrar ao campo que estamos atentos e não somos indiferentes; isso é uma demonstração de solidariedade e justiça”.

Durante o anúncio, Caputo abordou os desafios enfrentados pelo agronegócio argentino, que se vê afetado por uma seca severa em 2023 e pela queda nos preços internacionais das commodities. Ele mencionou que seria desejável eliminar completamente as tarifas, mas que isso exigiria um superávit de US$ 8 bilhões — uma meta que atualmente está fora do alcance do governo.

A tabela abaixo apresenta a comparação entre as alíquotas atuais e as novas taxas:

ProdutoImposto atual (%)Novo imposto (%)Soja3326Derivados de soja3124Milho e trigo129,5Cevada129,5Girassol75,5Sorgo129,5

A administração Milei tem enfatizado seu compromisso com a diminuição da carga tributária e a retirada do Estado das atividades do setor privado. Entretanto, conforme salientou Caputo em Buenos Aires, as circunstâncias adversas herdadas requerem superávits fiscais para viabilizar tais reduções.

De acordo com dados oficiais divulgados no início da semana, a Argentina registrou um superávit comercial recorde de US$ 18,9 bilhões em 2024. Esse resultado representa um aumento em relação ao recorde anterior de US$ 16,89 bilhões alcançado em 2009 e coincide com o primeiro ano da administração Milei.

No campo econômico, sob a liderança de Milei, os índices inflacionários caíram de 25,5% em dezembro de 2023 — quando ele assumiu o cargo — para apenas 2,7% no último mês do ano passado.

Milei chegou ao Fórum Econômico de Davos energizado pelo retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, apresentando um discurso combativo que refletia sua agenda econômica e sua postura em relação às chamadas guerras culturais.

A Argentina continua sendo um dos principais exportadores globais de azeite e farinha de soja e ocupa a terceira posição nas exportações de milho. No entanto, a preocupação com os produtores aumenta devido à possibilidade de uma nova temporada de seca exacerbada por ondas de calor intensas — fenômenos climáticos cada vez mais comuns.

A Bolsa de Comércio de Rosário divulgou recentemente um relatório que evidencia o impacto das condições climáticas adversas: 55% da área cultivada com soja no país está classificada como apresentando condições variando entre regulares a ruins devido à escassez de chuvas.

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  • Data: 23/01/2025 08:01
  • Alterado:23/01/2025 20:01
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