Presidente e ministros celebram indicações ao Oscar de Ainda Estou Aqui
Produção concorre nas categorias Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Torres
- Data: 23/01/2025 17:01
- Alterado: 23/01/2025 18:01
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Federal
O presidente Lula celebrou o reconhecimento do longa. “A turma de ‘Ainda Estou Aqui’ já pode pedir música. Três indicações ao Oscar. Quanto orgulho!", disse, em uma rede social
Crédito:Divulgação
Pela primeira vez na história, o cinema brasileiro conquistou uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado nesta quinta-feira, 23 de janeiro, ao prêmio mais importante do cinema internacional. A produção também concorre na categoria Melhor Filme Internacional e sua protagonista, Fernanda Torres, foi indicada como Melhor Atriz. A cerimônia de entrega do prêmio acontece no dia 2 de março.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou o reconhecimento do longa. “A turma de ‘Ainda Estou Aqui’ já pode pedir música. Três indicações ao Oscar: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Atriz e, olha, MELHOR FILME. Quanto orgulho! Beijo para Fernanda Torres e Walter Salles”, disse Lula em publicação na rede social X.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também comemorou o feito do cinema nacional, citando um trecho do filme. “’Nós vamos sorrir. Sorriam!’ É assim que os brasileiros estão com as indicações de Ainda Estou Aqui e de Fernanda Torres ao Oscar. Ainda estamos aqui, sorrindo e torcendo pelo nosso cinema!”, declarou Alckmin.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, exaltou as indicações, destacando a relevância do assunto abordado pelo longa. “É um tema de pouca exploração, e o filme consegue, de maneira sensível, trazer o drama da família dentro desse contexto e, com isso, sensibilizar o mundo”, disse. Além de parabenizar os envolvidos na produção, ela enfatizou a importância desse reconhecimento para o setor: “Este momento abre possibilidades ainda maiores e fortalece muito o cinema nacional, em um momento em que estamos realizando investimentos significativos para a retomada e o fortalecimento do audiovisual brasileiro”.
REPRESENTATIVIDADE — A importância do reconhecimento para uma produção que destaca temas relacionados aos Direitos Humanos e Cidadania foi ressaltada pela chefe dessa pasta, Macaé Evaristo. “Ainda sem acreditar que a história de uma mulher brasileira que enfrentou a ditadura militar e se tornou referência na luta dos povos indígenas levou três indicações ao Oscar! Vai Brasil! Viva Eunice Paiva!”, exclamou Macaé.
Já a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, enalteceu a indicação inédita para o país na categoria de Melhor Filme e elogiou os artistas envolvidos na produção. “O filme também foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro e Fernanda Torres concorre por Melhor Atriz, 26 anos após a indicação de sua mãe, Fernanda Montenegro, que também está no filme. De uma forma emocionante, Torres dá vida a Eunice Paiva, que se tornou símbolo de luta contra a ditadura. Orgulho imenso dessas mulheres e também do diretor Walter Salles, do escritor Marcelo Rubens Paiva e todo o elenco e produção envolvida! Orgulho da cultura e do cinema brasileiros! Já é nosso!”, enfatizou a ministra.
ALEGRIA PARA O PAÍS — Em vídeo postado em seu perfil no Instagram, a atriz Fernanda Torres comemorou sua indicação ao Oscar 2025 e as outras duas indicações de Ainda Estou Aqui. “Nosso filme está indicado não só para melhor filme de língua estrangeira, mas para melhor filme do ano. Isso é uma coisa inimaginável. É uma coisa histórica, muito emocionante pra mim, por minha mãe ter estado nesse lugar 25 anos atrás, pelas mãos do Walter. E também pelo que isso significa para o cinema brasileiro, para a cultura brasileira. Um filme falado em português. Estou muito orgulhosa de uma história brasileira fazer sentido no mundo e nos trazer essa alegria – não só para mim, para o Walter e para todo mundo envolvido nesse filme, como para o país inteiro”, declarou.
“Acima de tudo, quero agradecer e homenagear essa mulher extraordinária chamada Eunice Paiva, que está por trás disso tudo, que é a geradora disso tudo”, disse Fernanda, ao se referir à personagem que interpreta em Ainda Estou Aqui. Na postagem, a atriz também agradeceu ao filho de Eunice, Marcelo Rubens Paiva, autor do livro homônimo que inspirou o longa. “Um livro extraordinário, que nos possibilitou fazer esse filme”, definiu.
GLOBO DE OURO — No início de janeiro, o presidente Lula manifestou à atriz Fernanda Torres, por telefone, todo o apreço e homenagens pela conquista da artista no Globo de Ouro, premiação realizada nos Estados Unidos. Ela foi a vencedora na categoria de melhor atriz em filme de drama, por sua atuação em Ainda Estou Aqui. “Fernanda, querida, um milhão de parabéns para você. Você, querida, merece. Já merecia antes. Fico imaginando como a tua mãe [Fernanda Montenegro, que há 25 anos disputou a mesma categoria pelo filme Central do Brasil] ficou. O orgulho da filha querida, da filha artista. O Brasil merecia isso, você merecia, o Walter Salles merecia e o filme merecia”, comentou o presidente na época.
OUTRAS CONQUISTAS — Lançado em 2024, o filme liderou as bilheterias brasileiras, atraindo mais de 2,9 milhões de espectadores. Reconhecido globalmente, Ainda Estou Aqui coleciona prêmios em importantes festivais internacionais. No Festival de Veneza, venceu Melhor Roteiro e recebeu o Green Drop Award. Também conquistou o Prêmio do Público no Vancouver International Film Festival, no Mill Valley Film Festival e no Miami Film Festival GEMS. Na França, durante o Festival de Pessac, levou o Prêmio Danielle Le Roy e o Prêmio do Público, confirmando sua força entre críticos e audiências.
ENREDO — O roteiro narra a trajetória de Eunice Paiva, que teve o marido, o ex-deputado federal Rubens Paiva, levado de casa em 1971 e morto pela ditadura militar brasileira. O percurso dela e de sua família em busca de informações sobre o que realmente ocorreu se tornou símbolo da luta pela verdade e pela defesa dos direitos humanos.