Surto de gastroenterocolite aguda preocupa Baixada Santista
Origem das infecções ainda é investigada
- Data: 08/01/2025 12:01
- Alterado: 08/01/2025 12:01
- Autor: Redação
- Fonte: Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo
Praia da Enseada, em Guarujá (SP)
Crédito:Reprodução - TV Tribuna
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo iniciou investigações para determinar a origem do recente aumento de casos de gastroenterocolite aguda na Baixada Santista. Amostras coletadas na região estão sendo analisadas para identificar se a causa é viral, bacteriana ou parasitária.
Na última segunda-feira (6), gestores da saúde estadual e municipal se reuniram para discutir o fenômeno, que tem gerado preocupações em diversas cidades litorâneas. Os sintomas observados incluem diarreia, vômito e febre, levando a internações em locais como São Vicente e Guarujá.
O surto tem sido amplamente discutido, especialmente após relatos de vazamento de esgoto, com a Prefeitura de Guarujá mencionando o extravasamento clandestino no mar como uma possível fonte do problema. Além disso, moradores de Santos e Praia Grande também relataram sintomas semelhantes.
Em Guarujá, uma jovem de 20 anos foi hospitalizada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária antes de ser transferida para uma unidade particular. Em Santos, embora não haja registros de internações nas unidades municipais, os atendimentos nas UPAs aumentaram consideravelmente desde o início do ano, com 1.339 casos registrados até a última segunda-feira.
A Prefeitura de São Vicente confirmou uma internação estável por gastroenterite e informou que os atendimentos estão ocorrendo em várias unidades de saúde da cidade. Já em Itanhaém, as autoridades destacaram que não há internações e que 1.145 casos foram registrados nos primeiros dias do ano.
Mongaguá relatou 1.783 atendimentos relacionados a sintomas gastrointestinais desde 23 de dezembro, mas sem internações até o momento. Bertioga informou que não há pacientes internados com a doença, enquanto Cubatão registrou 915 atendimentos nas unidades locais durante o mesmo período.
A Prefeitura de Praia Grande observou uma queda no número de atendimentos nos últimos dias, embora tenha esclarecido que a notificação da doença só é necessária em casos de surtos. Enquanto isso, Peruíbe não forneceu informações sobre a situação até o fechamento desta reportagem.
A coordenadora em saúde da Secretaria de Estado, Regiane de Paula, enfatizou que ainda não se pode afirmar que se trata apenas de uma virose, já que o agente causador permanece desconhecido. “Estamos diante de um surto de gastroenterocolite aguda”, afirmou durante a reunião com os representantes dos municípios.
As autoridades ressaltaram a importância da coleta e análise das amostras para identificar o agente causador da doença. O laboratório Instituto Adolfo Lutz será responsável pela análise das amostras coletadas nas cidades afetadas. Até o momento, os resultados ainda são aguardados.
As principais características da gastroenterocolite aguda incluem diarreia aquosa, dor abdominal, náusea e febre. Os principais agentes associados à condição incluem enterovírus como rotavírus e norovírus, além de bactérias patogênicas como Escherichia coli e Salmonella.
Os órgãos responsáveis recomendam cuidados preventivos, como evitar nadar em áreas impróprias e garantir que alimentos sejam bem cozidos e armazenados adequadamente. A Sabesp declarou não ter encontrado problemas na rede de esgoto local.
Alessandra Lucchesi, diretora da Divisão de Transmissão de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde, destacou que a transmissão pode ocorrer tanto pelo contato direto com fontes contaminadas quanto indiretamente através do consumo de alimentos ou água contaminados.