Sistema Prisional do Rio de Janeiro revela talentos musicais em Concurso Voz da Liberdade
Flordelis fica fora do pódio em competição acirrada
- Data: 29/11/2024 08:11
- Alterado: 29/11/2024 08:11
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Prisão
Crédito:Arquivo - Agência Brasil
No Rio de Janeiro, o Concurso Voz da Liberdade destacou-se ao eleger as três melhores vozes femininas do sistema prisional do estado. O evento, que contou com 17 finalistas provenientes de sete unidades prisionais, coroou Cassiane como vencedora, com Dessirée e Rayane ocupando a segunda e terceira posições, respectivamente.
Uma das participantes mais notórias, Flordelis, ex-deputada condenada pela morte de seu marido, pastor Anderson do Carmo, não avançou para a fase final. Cumprindo pena no presídio Talavera Bruce, localizado no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Flordelis foi sentenciada a 50 anos por homicídio triplamente qualificado e outros crimes.
O concurso apresentou uma variedade de gêneros musicais, incluindo MPB, axé, pop, samba e sertanejo. Para as vencedoras, o reconhecimento significa “visibilidade e pertencimento”, ressaltando a importância da arte como meio de reintegração social.
Realizado na sede do Instituto Penal Djanira Dolores de Oliveira, o evento contou com um corpo de jurados composto por jornalistas, representantes culturais e a secretária da Seap, Maria Rosa Nebel. A plateia foi composta por detentas e convidados especiais.
Promovido pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (Seap-RJ), através da Coordenação de Unidades Prisionais Femininas e Cidadania LGBT (COFEMCI), o concurso envolveu mais de 150 internas nas fases preliminares, incluindo 21 mulheres trans.
De acordo com Maria Rosa Lo Duca Nebel, secretária da Seap, o objetivo principal do Concurso Voz da Liberdade é revelar talentos e ressaltar o potencial das detentas em reverter suas trajetórias criminais. “Este evento mostra que existem mulheres em recuperação dispostas a deixar para trás a vida no crime e contribuir positivamente para a sociedade”, afirmou Nebel.
A iniciativa evidencia o papel transformador da música dentro das unidades prisionais e reforça o compromisso com a ressocialização das internas por meio da arte.