Após Carrefour, Intermarché também suspende venda de carnes brasileiras
Decisão da França de boicotar carnes do Mercosul levanta tensões e questiona barreiras comerciais.
- Data: 22/11/2024 21:11
- Alterado: 22/11/2024 21:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação
O recente anúncio do Grupo Les Mousquetaires, proprietário da rede Intermarché, sobre o boicote às carnes bovinas, suínas e aves provenientes da América do Sul, soma-se à decisão do Carrefour de vetar produtos similares dos países do Mercosul nas lojas francesas. Estas medidas refletem um apoio explícito à agricultura local e são vistas como parte de um movimento protecionista liderado pela França, que resiste à ratificação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
O impacto econômico direto desse boicote pode ser limitado para o Brasil, especialmente para Mato Grosso, maior exportador de carne bovina do país. Dados indicam que a França representa apenas 0,01% das exportações de carne mato-grossense. No entanto, as reações no Brasil foram intensas. A ex-senadora Kátia Abreu criticou a decisão como “infantil e imprudente”, defendendo uma resposta diplomática firme. O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, sugeriu um boicote recíproco ao Carrefour no Brasil, enquanto o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou as ações francesas como injustificadas barreiras comerciais.
Essas medidas não apenas inflamaram tensões diplomáticas, mas também levantaram questões sobre a real motivação por trás das decisões francesas. Críticos apontam para um discurso ambientalista usado como justificativa para proteger a agricultura francesa da competitividade sul-americana.
Em conclusão, enquanto o impacto econômico direto pode ser limitado devido à baixa dependência das exportações brasileiras de carne para a França, as repercussões diplomáticas e comerciais podem se intensificar. É crucial que o Brasil continue a defender seus interesses comerciais no cenário internacional, equilibrando respostas firmes com diplomacia estratégica.