Casa da Mulher Carolina Maria de Jesus sofre atentado em Santo André
Ataque é considerado uma agressão machista e política contra mulheres em situação de vulnerabilidade
- Data: 20/11/2024 17:11
- Alterado: 23/11/2024 08:11
- Autor: Redação
- Fonte: Casa Carolina
Atendado na Casa da Mulher Trabalhadora Carolina Maria de Jesus
Crédito:Divulgação/Casa Carolina
Hoje (20/11), no Dia da Consciência Negra, um homem em um carro em alta velocidade derrubou o portão da Casa da Mulher Trabalhadora Carolina Maria de Jesus, num ato de violência política machista e fascista contra as mulheres. Possivelmente, esse agressor invadiu a casa procurando uma mulher abrigada para assassiná-la.
Casa Carolina
A Casa da Mulher Trabalhadora Carolina Maria de Jesus existe em um imóvel cedido pela Prefeitura de Santo André, fruto da luta das mulheres da região do ABC que reivindicam políticas públicas para as mulheres. É uma das 23 ocupações do Movimento de Mulheres Olga Benario no Brasil. As casas do Movimento Olga são espaços que acolhem mulheres em situação de violência e realizam atividades como oficinas, rodas de conversa, palestras e oferecem apoio à organização de movimentos sociais que defendem os direitos das mulheres, da juventude e dos trabalhadores. Fruto de manifestações, denúncias do aumento da violência contra as mulheres e apelos pela criação de mais políticas públicas para as mulheres na cidade, o movimento conquistou a cessão do espaço para ser a sede fixa da Casa Carolina.
“O que aconteceu hoje foi uma violência política machista e racista contra as mulheres! Em pleno dia da consciência negra e no mês de enfrentamento da violência contra as mulheres, um agressor de mulheres foi para cima do nosso portão com um carro, com a intenção de nos atacar”, denuncia Sofia Del Fiol, coordenadora da Casa.
Momento Simbólico
Nesta mesma semana, no dia 25 de novembro, comemora-se o Dia Internacional da Luta Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. Mesmo assim, no Brasil, mais de 1,2 milhão de mulheres sofreram violência no último ano, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ABC paulista, onde está sediada a Casa Carolina, houve nos três primeiros meses de 2024 um aumento de 45% nas denúncias no Disque 100 (canal para denúncia de violações dos direitos humanos), se comparado com o mesmo período no ano passado.
“Neste mês de combate à violência contra as mulheres, vimos um aumento no número de casos de violência e temos acolhido mais mulheres em nossas casas. Este ataque foi um atentado contra as mulheres! Este agressor podia ter assassinado as mulheres que acolhemos, exigimos a prisão dele, pela segurança das nossas mulheres”, diz Natália Pires, coordenadora da Casa Carolina. Além disso, Natália reforça ainda que, “a Casa é uma parceria do movimento com a prefeitura, e, portanto, eles precisam se responsabilizar também pela segurança e manutenção da Casa. O trabalho é desenvolvido sem um centavo da prefeitura, apenas com voluntárias da equipe técnica e apoiadoras da luta”, afirma Natália.
Como Ajudar:
Organizadas de forma independente, o trabalho de acolhimento a mulheres vítimas de violência realizado nas ocupações não recebe nenhum financiamento público e empresarial.
A população pode contribuir regularmente no link: apoia.se/pelavidadasmulheres.
Além disso, em uma campanha para reforçar a segurança da Casa Carolina, também são aceitas doações na chave Pix: [email protected].
Confira algumas imagens do atentado: