Mutirão retira 1,8 kg de microlixo na Praia de Santos
Durante a operação de limpeza, foram encontrados diversos tipos de lixo, incluindo bitucas de cigarro, embalagens alimentícias, tampas de garrafas plásticas, entre outros
- Data: 18/11/2024 14:11
- Alterado: 18/11/2024 14:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de Santos
Além de coletar resíduos
Crédito:Fernando Frazão - Agência Brasil
Na manhã chuvosa do último sábado, 16 de setembro, um mutirão realizado na orla da Ponta da Praia resultou na remoção de mais de 1,8 kg de microlixo dos arredores dos canais 5 e 6. Esta ação, que envolveu pesquisadores, voluntários e estudantes, foi concebida para conscientizar tanto o público quanto o comércio local sobre a importância de práticas sustentáveis que evitem o descarte inadequado de resíduos nas praias.
Durante a operação de limpeza, foram encontrados diversos tipos de lixo, incluindo bitucas de cigarro, embalagens alimentícias, tampas de garrafas plásticas e 16 hastes de cotonete. Além disso, copos descartáveis, hastes de pirulitos e canudos também estavam entre os itens coletados ao longo dos 200 metros quadrados percorridos.
A iniciativa foi organizada pela ONG Ecomov em colaboração com o Movimento ODS Santos 2030 e a Universidade Santa Cecília (Unisanta) – EAD. O objetivo principal é reunir dados sobre o lixo marinho para fundamentar a criação de uma legislação específica sobre plásticos. Os materiais recolhidos serão catalogados e analisados em relação ao consumo local nas praias.
A proposta legislativa busca eliminar o plástico descartado nas praias, mitigando seus impactos ambientais e incentivando sua contenção nos estabelecimentos comerciais antes que atinja o mar. Esse projeto foi iniciado em 2019 pela Ecomov, com apoio do Ministério Público de São Paulo através do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) – Baixada Santista.
Fábio Tatsubô, chefe do Departamento de ODS da Prefeitura de Santos, ressaltou a importância da participação coletiva. “É crucial que a sociedade e as organizações se engajem, assim como a universidade, que desempenha um papel vital nas pesquisas. Precisamos tratar as nossas praias como nossa própria casa”, afirmou Tatsubô.
Rodrigo Azambuja, fundador da Ecomov, destacou o papel educacional das ações de mutirão na sensibilização ambiental. “Desde 2012 atuo na educação ambiental e vejo sua relevância na conscientização. Muitos voluntários começaram como estudantes e hoje são professores de ciências, evidenciando o impacto duradouro desse trabalho”, comentou Azambuja.
Desde 2023, estagiários da Unisanta têm colaborado com a ONG em estudos acadêmicos que resultam na produção de artigos científicos e na formação profissional voltada à preservação marinha.
Entre os participantes está Janete Pereira, estudante do quinto ano de Ciências Biológicas da Unisanta. “Após ingressar no curso e começar meu estágio na Ecomov, minha percepção sobre microlixo mudou completamente. Venho me dedicando aos mutirões pelo bem do meio ambiente e por nosso futuro coletivo”, declarou Janete.
A ação também será tema de um documentário produzido por alunos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), cujo foco é mostrar a contribuição do terceiro setor nas questões ambientais. Gabriel Germano, estudante de Educomunicação da USP e responsável pela produção, explicou: “Estamos não só promovendo a conscientização ambiental como também desvendando os desafios enfrentados por ONGs como a Ecomov.”
Este esforço integra o item 14 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU: Vida na Água.