Em leilão inédito, obra criada por robô alcança R$ 6,1 milhões e revoluciona mercado de arte
A obra, intitulada "A.I. God", mede 2,2 metros de altura e superou significativamente a estimativa inicial da casa de leilões Sotheby's Digital Art Sale
- Data: 08/11/2024 12:11
- Alterado: 08/11/2024 12:11
- Autor: Redação/AI
- Fonte: G1
Obra
Crédito:Sotheby's Digital Art Sale/Reprodução
Em um marco histórico para a interseção entre arte e tecnologia, um retrato do renomado matemático inglês Alan Turing, concebido pelo robô humanoide Ai-Da, foi leiloado por impressionantes US$ 1,08 milhão (cerca de R$ 6,15 milhões) nesta quinta-feira (7). A obra, intitulada “A.I. God”, mede 2,2 metros de altura e superou significativamente a estimativa inicial da casa de leilões Sotheby’s Digital Art Sale, que havia fixado o valor em US$ 180 mil.
Inicialmente, a Sotheby’s divulgou um valor incorreto de R$ 7,4 milhões para a venda, corrigido posteriormente. Esta transação é vista como um marco na história da arte moderna e contemporânea, sublinhando a crescente fusão entre inteligência artificial e o mercado global de arte.
Em declaração através de sua inteligência artificial, Ai-Da destacou que seu trabalho busca provocar discussões sobre tecnologias emergentes. O retrato de Alan Turing convida à reflexão sobre as dimensões éticas e sociais dos avanços em IA e computação. Criado sob a direção do especialista em arte Aidan Meller, Ai-Da representa uma das mais sofisticadas manifestações tecnológicas no campo artístico.
A concepção do retrato teve origem na capacidade do robô de gerar ideias em colaboração com o estúdio. Após definir aspectos como estilo e tonalidade, uma fotografia de Turing foi posicionada diante das câmeras oculares de Ai-Da, que então produziu a pintura. Este projeto contou com o apoio técnico de especialistas em inteligência artificial das universidades de Oxford e Birmingham.
Aidan Meller enfatizou que artistas ao longo da história sempre abordaram mudanças sociais significativas. Segundo ele, Ai-Da é o veículo ideal para discutir o impacto da tecnologia contemporânea. O estilo do retrato — com “tons apagados e planos faciais fragmentados” — ecoa as advertências de Turing na década de 1950 sobre os desafios potenciais da IA.
O trabalho de Ai-Da é descrito como “etéreo e perturbador”, levantando questões sobre o futuro potencial da inteligência artificial e a corrida global para explorá-la. Essa venda histórica sublinha o crescente interesse por obras digitais no mercado de arte, refletindo uma transformação contínua na forma como arte e tecnologia interagem.